O presidente angolano, José Eduardo dos Santos, anunciou hoje em Luanda o fim da parceria estratégica com Portugal, durante o discurso sobre o estado da Nação, na Assembleia Nacional de Angola.
“Só com Portugal, as coisas não estão bem. Têm surgido incompreensões ao nível da cúpula e o clima político atual, reinante nessa relação, não aconselha à construção da parceria estratégica antes anunciada”, disse José Eduardo dos Santos.
Os interesses angolanos e portugueses estão em causa e a forma de fazer política deve ser repensada, consideram alguns observadores económicos e políticos. Isto acontece no seguimento da entrevista de Rui Machete, ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, à Rádio Nacional de Angola.
São centenas as empresas portuguesas que têm negócios com Angola e estima-se que haja pelo menos 150 mil portugueses a trabalhar naquele país, sobretudo em Luanda. A parceria estratégica existente até agora entre os dois Estados tinha como potencial objetivo favorecer as relações económicas e políticas entre as nações.
A economia angolana deverá crescer 7,2% este ano segundo o Banco Mundial e tem funcionado como uma espécie de ‘balão de oxigénio’ para muitas empresas lusitanas que se defrontam com a crise que assola Portugal e a Europa.
O presidente angolano, durante o seu discurso, falou ainda das relações bilateriais com outros países do mundo que “vão bem” e d
Portugal e Angola previam realizar, em Luanda, a primeira cimeira bilateral em fevereiro do próximo ano. Aliás, o encontro deste tinha sido anunciado em fevereiro passado pelo então ministro dos Negócios Estrangeiros português, Paulo Portas. Esta cimeira corre agora o risco de ser cancelada.
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