As “Palheiras”, em Fiais da Beira – um precioso conjunto rural a preservar e a promover.
Dos primeiros passos institucionais nesse sentido é o de consagrar como “Património de interesse Municipal”, e também Nacional, este precioso conjunto das (ainda) 75 “Palheiras”, em Fiais da Beira. No contexto, é desde já importante traçar bem e executar melhor um “Plano Integrado de recuperação e promoção de ´As Palheiras´” e sua base natural, aquela vasta Laje Granítica onde foram construídas tendo em conta a função que tiveram e que uma ou outra ainda vão tendo: a “malha” (na Laje), a secagem e recolha de cereais e palhas.
Finalizar a obra de recuperação dos velhos/novos Edifícios das Escolas Primárias em Ervedal da Beira e dar-lhes utilidades(s) prática(s).
Os incêndios de 2017 queimaram os “velhos” edifícios das (ex) Escolas Primárias, em Ervedal, e a Câmara já os recuperou nas partes exteriores. Ao que se sabe, falta recuperar estruturas interiores dos Edifícios e, sobretudo, falta prever e programar a sua utilização prática até para justificar o investimento. Entretanto, ideias não faltam. Para já, falta acabar a obra.
Classificar e preservar como “Património de Interesse Municipal” aquilo que poderemos chamar de “Arqueologia Industrial da Cordinha”.
A alta e elegante Chaminé redonda, em tijolo avermelhado – ex-libris de Ervedal da Beira – que foi chaminé de antigo forno (início do século passado) para produzir tijolo e telha, merece ser classificada e preservada como “Património de Interesse Municipal”. O mesmo é válido para o conjunto industrial que o foi em Aldeia Formosa, também desde o início do século passado, (com secções contíguas e do mesmo proprietário) com – Serração de Madeiras – Lagar de Azeite – Moagem (mecânica) de Cereais – mais tarde Padaria – até aos anos oitenta (ou noventa) quando fechou a Padaria do conjunto. E, já agora, ainda há os vestígios da “Fábrica do Papel” em cima da margem esquerda do Mondego, frente à Aldeia (abandonada) do Vieiro. Temos ainda a salientar que estes antigos empreendimentos industriais resultaram de uma forte capacidade de iniciativa própria por parte dos seus Promotores – nos tempos em que não havia fundos públicos para os apoiar na tarefa – e em que também tiveram Gente da Cordinha e de fora dela a trabalhar para eles.
Note-se que estas classificações – interesse municipal ou nacional – também servem para proteger os edifícios incluídos, mas não implicam directamente com a respectiva titularidade de cada um dos “prédios” a classificar.
Edifícios já antigos e emblemáticos.
Apoiar a respectiva preservação e a promoção.
Na Cordinha, há um conjunto de Edifícios importantes. Desde logo, as Igrejas em Seixo da Beira e em Ervedal da Beira. Mas também vários outros edifícios com traça e personalidade características e reconhecidas desde o estilo do Solar Beirão à antiga Escola Primária em Vila Franca da Beira. Importa classificar, preservar e promover esse Património e sempre em colaboração com os Proprietários.
Também por cá temos vestígios de tempos remotos, a começar pelas Antas, com destaque para a Anta (ou Dólmen) da Cavada (Fiais da Beira), a Anta da Arcainha (Seixo da Beira), a Anta do Curral de Mouros (Sobreda), e também algumas Mamoas e Antelas, o que, por si só, merece ligação, por exemplo, através de “Roteiros” específicos devidamente estabelecidos e divulgados que também podem passar pelos melhores conjuntos de Lajes Graníticas, bem como por “Palheiras” e outras construções agro-rurais mais típicas.
Impedir a devastação de Solos e Águas e a Adulteração da Paisagem.
Depois dos incêndios, ficaram mais à vista várias “chagas” nos solos e paisagem, causadas pelas escavações industriais. Agora, adensa-se a ameaça de minas a céu aberto, muito largas e profundas, minas de metais, com o Lítio à cabeça que, a consumarem-se, vão provocar a devastação de mais solos, das águas e da paisagem. É necessário impedir que isso aconteça!
Autor: João Dinis