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BLC3 tem 10 anos para dar vida nova a “elefante branco”

A Assembleia Municipal de Oliveira do Hospital confiou o futuro da Acibeira à BLC3. A jovem plataforma, destinada a promover o desenvolvimento da região, tem 10 anos para dar “vida nova” ao desativado Centro de Negócios. A decisão não foi unânime.

Há vários anos matéria recorrente nas reuniões da Assembleia Municipal e objeto de promessas várias nas sucessivas campanhas eleitorais, a Acibeira parece avistar “melhores dias”. Depois de a autarquia ter resolvido o problema em torno do direito de superfície – a escritura de reversão para a Câmara Municipal pelo valor de 150 mil euros foi feita no dia 1 de março deste ano – na quinta feira passada foi aprovada a cedência do espaço à BLC3 – Plataforma para o Desenvolvimento da Região interior Centro, com o propósito de ali instalar um Centro de Investigação e Desenvolvimento Tecnológico. Uma cedência por 29 anos, renovável de 10 em 10 anos e que obriga a BLC3 a proceder à reconstrução dos edifícios do desativado centro de negócios num período de 10 anos a contar da data de escritura da cedência do direito de superfície.

Apesar de aprovada pela maioria, com três votos contra e duas abstenções – a proposta de cedência não deixou de merecer a crítica dos que continuam a revelar alguma descrença no trabalho desenvolvido pela BLC3. “O que é que isto virá a ser? O que virá a dar?”, chegou a questionar o presidente da Junta de Freguesia de Vila Franca da Beira que recordando os “600 mil contos do nosso dinheiro que se esfumaram” com a construção do “elefante branco”, chamou a atenção para a dependência da BLC3 em relação à Câmara Municipal e para os prejuízos que daí podem advir. “A Câmara é incubadora desta BLC3 e não o contrário”, avisou João Dinis, certo de que “se não for a Câmara a investir, aquilo é um nado morto”.

Apesar de aludir à importância de a BLC3 ter uma “sede condigna” e de considerar “legítimo” que a Acibeira seja “devidamente aproveitada”, o deputado independente José Vasco de Campos não deixou de questionar o trabalho feito pela plataforma. “Quais são os principais projetos da BLC3 e os que promove por si só?”, perguntou o também candidato pelo CDS/PP à autarquia oliveirense, que disse não considerar correto que a BLC3 seja “permanentemente e para sempre apoiada pela Câmara Municipal”. “Também não me choca que parte da atividade seja apoiada pela Câmara”, disse, porém, José Vasco de Campos, defendendo que outras empresas se instalem no espaço da Acibeira.

Do lado do PSD, Rui Abrantes alertou para exiguidade de cláusulas numa “cedência deste género”. “Parece-me que deveria haver mais algumas cláusulas para prever situações que pudessem eventualmente acontecer”, considerou o deputado que, não colocando em causa a “boa vontade da BLC3”, alertou para o facto de o momento atual “estar mais para não se concretizar, do que para se concretizar alguma coisa”.

Críticas que o presidente da Câmara não deixou de lamentar. “Enquanto esteve ali um elefante branco completamente vandalizado, nunca vi ninguém insurgir-se desta forma”, reagiu José Carlos Alexandrino, informando já haver financiamento assegurado para a recuperação de um edifício do desativado complexo de negócios e que obriga à necessária cedência da Acibeira à BLC3. De acordo com o autarca, a Câmara está a subsidiar a plataforma com valor igual ao que é atribuído a um clube de futebol, de nove mil Euros. “Se damos dinheiro ao futebol, também podemos dar a uma associação que persegue investimento para o concelho”, comentou.

“É importante que os deputados se informem e percebam onde é que o dinheiro é gasto”, sugeriu o presidente da Assembleia Municipal, António Lopes, destacando o projeto de biodiesel que está a ser desenvolvido na BLC3 e “está em fase terminal”.

Satisfeito pelo início de uma nova vida para a Acibeira, o presidente da Junta de Freguesia de Lagares da Beira, Raul Costa, não deixou de lamentar que “alguém vote contra a requalificação”.

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