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Bombeiros de Oliveira do Hospital receiam necessidade de redução de pessoal

 

A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Oliveira do Hospital (AHBVOH) não escapa ao momento de fragilidade por que estão a passar as corporações de todo o país.

Em causa está a incrementação do Serviço de Gestão de Transporte de Doentes que está a coartar a ação da classe médica no que respeita à emissão de credenciais de transporte de ambulância.

Na cerimónia comemorativa do 89º aniversário da AHBVOH, a voz de preocupação partiu do comandante Emídio Camacho que teme que, “a curto prazo”, os corpos de bombeiros se venham a ressentir com a redução drástica dos serviços prestados nesta área. O comandante chega até a recear que tal situação conduza à “necessidade de redução de recursos humanos, prejudicando de forma muito marcante os corpos de bombeiros”.

Entre as preocupações de Camacho está ainda “o aumento constante do custo de combustível” e as incertezas relativamente ao dispositivo de combate a incêndios florestais que vai estar disponível para 2011.

Lembrando que a corporação que comanda foi a que registou maior número de incêndios florestais a nível distrital, o comandante considera que uma redução do dispositivo “poderá colocar em causa os níveis de eficácia e de eficiência em termos de atuação na primeira intervenção”.

Efetuando um balanço “muito bom” da atuação dos dispositivo que esteve em ação em 2010, o representante da Autoridade Nacional da Proteção Civil, António Martins teme que o dispositivo que está a ser preparado para 2011 não seja o esperado. “Temos que viver com aquilo que temos e saber gerir os recursos que nos disponibilizam”, observou o coronel.

Disponível para continuar a apoiar a AHBVOH, o presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital destacou a “dedicação sem limites” dos bombeiros oliveirenses e elogiou o trabalho de “cooperação exemplar” que existe entre as corporações de Oliveira do Hospital e Lagares da Beira.

Informando que a autarquia a que preside atribuiu, em dois anos, cerca de 242 mil Euros ao Bombeiros de Oliveira do Hospital e 215 mil Euros aos de Lagares da Beira, José Carlos Alexandrino deu como certa a continuidade de apoio, considerando que em tempo de crise o município deve antes “cortar em coisas mais supérfluas”. Consciente das dificuldades que afetam a corporação, o autarca desafiou a corporação oliveirense a “fazer melhor com menos recursos”.

O presidente da Câmara revelou-se contudo inconformado com as políticas de “um conjunto de governos”. Para Alexandrino, Oliveira do Hospital, que considerou de “vítima”, tem sido “um concelho de gente que não merecia isto ao nível das acessibilidades”. “Não tem sido tratado com o devido respeito”, observou o presidente, denunciando que “Oliveira do Hospital não tem uma estrada digna desse nome”. “É uma vergonha”, continuou, notando, contudo que pela primeira vez existe um projeto e estudo de impacto ambiental para lançar a obra, mas “falta o dinheiro”. Não deixou de criticar aqueles que, durante anos, não lutaram por esta obra.

“A contribuição de cada um fazia-se há 89 anos e deve-se voltar a fazer agora”

Ainda que atento às preocupações do comandante Emídio Camacho, o Governador Civil de Coimbra limitou-se a recomendar a adoção de práticas ancestrais de sobrevivência da corporação. “A contribuição de cada um fazia-se há 89 anos e deve-se voltar a fazer agora”, referiu Henrique Fernandes sugerindo a realização de eventos, como quermesses, que possibilitem a angariação de fundos para a corporação de bombeiros.

O Governador Civil apelou, assim, à boa vontade das populações que, como referiu, também devem ser beneméritas e, ao mesmo tempo, garantirem a sua “auto proteção, prevenindo situações de emergência e contingências de roubo ou assalto”.

Apelando ao “contributo direto” das populações para “atenuar o corte” com que se depara a corporação, Fernandes elogiou ainda o facto de “o poder local democrático assumir mais responsabilidades”. Para o Governador Civil, a boa viabilidade das corporações de bombeiros depende ainda da “lógica da contratualização” que é na sua opinião “o caminho que a proteção civil à escala municipal deve seguir”.

Henrique Fernandes traçou ainda um cenário pouco risonho relativamente àquilo que vão ser os próximos tempos. “Os tempos não são tão fáceis como no passado e não sei quando é que o QREN vai voltar a disponibilizar 12 milhões de Euros para associações humanitárias”, observou.

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