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Câmara aplica coimas para travar incêndios por negligência

Oliveira do Hospital está no “topo distrital” em matéria de ocorrências de incêndios. Só em 2013, arderam no concelho perto de 900 hectares de floresta. A preparar-se para mais uma época de incêndios, a Câmara assegura continuar a aplicar coimas aos negligentes.

A Câmara Municipal de Oliveira do Hospital afina, por esta altura, o Plano Municipal de Defesa da Floresta contra Incêndios. O documento estratégico, apresentado na última reunião do executivo municipal que vai subir à reunião da próxima Assembleia Municipal, define a atuação do município na próxima época de crítica. Coordenado pelo comandante operacional de proteção civil, José Carlos Marques, o Plano tem em consideração o cenário a que se assistiu em anos anteriores e muito particularmente a realidade verificada em 2013 “só comparável com o ano de 2005” e que fazem com que Oliveira do Hospital se situe “no topo distrital” no que ao número de ocorrências diz respeito. “Em 2013 houve um número anormal de ocorrências”, referiu José Carlos Marques, alertando para o facto de no último ano o total de área ardida rondar os 900 hectares. Um número para o qual muito contribuiu o forte incêndio ocorrido a 25 de agosto na freguesia de Lagares da Beira e que propagou para Ervedal da Beira e Travanca de Lagos (736 hectares), bem como o que aconteceu quatro dias antes em Penalva de Alva (136,43 hectares). No que respeita ao total de ocorrências verificadas em 2013 José Carlos Marques não duvida que são resultado de “incendiarismo puro e duro” e “também negligência”.

Números que o município não quer ver repetidos em 2014. A contar com a pronta atuação das corporações de bombeiros do concelho, a autarquia tem ainda à disposição cinco máquinas para apoio ao combate aos incêndios. Para tal contribui o facto de o município ser associado da ADESA, beneficiando não apenas de máquinas, mas também da plataforma de transporte. “A ADESA é um alicerce fundamental na estratégia de defesa e combate”, entende o comandante operacional da proteção civil municipal, considerando tratar-se de um ponto “forte” da estratégia de atuação. Como ponto fraco, José Carlos Marques identifica as freguesias de Aldeia das Dez, Alvôco de Várzeas e S. Gião por serem mais vulneráveis à ocorrência de fogos e por estarem mais distantes da sede da corporação de bombeiros, tornando mais demorada a primeira intervenção.

Responsável máximo da proteção civil municipal, o presidente da Câmara de Oliveira do Hospital parte confiante para a próxima época de incêndios. “Oliveira do Hospital é reconhecido pelos responsáveis da GNR e comandos operacionais como um concelho modelo por ter uma organização muito grande em termos de resposta”, afirmou José Carlos Alexandrino que sem reservas atribui o mérito ao comandante oracional municipal, corporações de bombeiros, sapadores da Caule e Cooperativa de Álvôco de Várzeas fazendo, mesmo, aprovar, um voto de reconhecimento, que foi votado por unanimidade. “Todos são parceiros importantes”, frisou o autarca que no trabalho de combate considera determinante a “primeira intervenção”. “Se ela falha o incêndio descontrola-se”, alerta o responsável, considerando ter sido isso que aconteceu no incêndio ocorrido em agosto, decorrente da falta de meios por à mesma hora estar ativo um grande número de incêndios no país.

“…é preciso apurar responsabilidades”

Em 2013, procedeu-se à abertura de 220 km de caminhos florestais e de 894 hectares de faixas de gestão de combustíveis no concelho. Um trabalho continuado já no primeiro trimestre de 2014, com o objetivo de travar a evolução de fogos e facilitar o seu combate. Associado ao trabalho de prevenção, está também a preocupação que vem sendo seguida pela autarquia de responsabilizar os autores negligentes dos fogos, nomeadamente os que realizam queimadas sem indicação prévia junto da Câmara e que por falta de acompanhamento permitem que pequenas fogueiras evoluam para grandes incêndios florestais.

“Tenho aplicado coimas, porque o número de negligências é muito elevado e este princípio tem dado frutos”, referiu o presidente da Câmara Municipal, prometendo dar continuidade àquela prática “porque é preciso apurar responsabilidades”. Em situações de reduzida gravidade, a atuação passa por admoestação, sendo que em casos de gravidade extrema o caso segue para o ministério público. “Preocupam-me muito os incêndios por negligência”, confidenciou o autarca, notando que a nível nacional aqueles correspondem a 34 por cento, contra os 24 por cento que são “deitados” e os 25 por cento “que são investigados.

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