O encerramento de uma das portas de acesso ao edifício da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital e a colocação de um sistema de “pica cartão” são as medidas que o executivo de José Carlos Alexandrino pondera pôr em prática, brevemente, como forma de controlar a assiduidade dos funcionários.
O anúncio foi feito, na última Assembleia Municipal, pelo presidente da Câmara que não escondeu o seu descontentamento relativamente às práticas seguidas por alguns funcionários da autarquia. “Há pessoas que, às vezes, entram às 09h00 e às 09h10 encontram-se no café”, denunciou José Carlos Alexandrino, convencido de que através das novas medidas vai conseguir “moralizar o sistema interior da Câmara Municipal”.
As medidas para controlo dos funcionários fazem parte de um conjunto de práticas que o executivo de José Carlos Alexandrino pretende colocar em marcha, no âmbito de uma “reestruturação profunda nos serviços”. A criação de um balcão único e de um balcão de atendimento, que deverá ficar localizado na zona de entrada do edifício autárquico, destinado a orientar os munícipes, são objetivos que Alexandrino pretende concretizar.
Lâmpadas “mal colocadas” vão ser desligadas
A par do processo de reestruturação, a equipa de José Carlos Alexandrino está empenhada na redução das despesas correntes do município. Para o efeito, tem em curso um estudo de eficiência energética, com vista a reduzir a fatura a pagar pelo município.
“A iluminação pública custou-nos 450 mil euros em 2010”, contou o presidente da Câmara, admitindo que em face de “uma verba tão elevada”, seja necessário “desligar algumas lâmpadas que estão mal colocadas no concelho”.
Ainda que tenha consciência de que “colocar lâmpadas em tudo o que é sítio dá votos”, Alexandrino referiu que tal situação “não pode continuar”, porque “pode dar votos, mas não dá sentido de responsabilidade”. O presidente revelou, inclusivamente, que a Câmara está a pagar faturas de eletricidade de Escolas do 1º Ciclo que estão desativadas.
Em Assembleia Municipal, os deputados da oposição não deixaram de se pronunciar acerca da anunciada restrição de custos do município e o independente Rafael Costa chegou a sugerir à autarquia a substituição das atuais lâmpadas de iluminação pública por lâmpadas leds, como forma de adotar medidas imediatas.
José Carlos Alexandrino não escapou, contudo, ao reparo de, em momento de contenção, apresentar um artista estrangeiro como cabeça de cartaz da próxima EXPOH. “Não faz sentido trazer um grupo internacional, quando são feitos esforços para serem consumidos produtos e eventos nacionais”, considerou Rafael Costa, admitindo que “90 por cento dos oliveirenses não conhece Lloyd Cole”.
Do lado do PSD, Rui Abrantes considerou que “seria mais coerente” que o presidente do município dissesse que “ia trazer um cartaz mais reduzido na EXPOH”.
Como forma de poupar dinheiro aos cofres da autarquia, os presidentes de Junta de Freguesia de Vila Franca da Beira e Lagares da Beira foram unânimes em sugerir uma maior transferência de verbas para as freguesias.
No que respeita à EXPOH, Alexandrino voltou a dar como certo um investimento menor por parte do município, para a organização do certame que vai decorrer em Oliveira do Hospital, entre 16 e 24 de Julho. “Este ano apontamos para um teto de 50 mil Euros”, contou, explicando que “o Lloyd Cole custa menos de metade do valor que foi pago ao Abrunhosa” e que foi “uma contratação absolutamente falhada”.
De acordo com Alexandrino, o certame deste ano vai ter “melhorias” e, em termos de animação musical, vai agradar a população porque vai contar com Emanuel, Gabriel e outros artistas no cartaz.
Embora admita não ser fã de Lloyd Cole, o presidente oliveirense entende que o cartaz deve ser diversificado e chega a pegar no exemplo da Expofacic, de Cantanhede, para verificar que se trata de um evento que “tem 10 artistas estrangeiros” e que “soube crescer no tempo”.
Notando que, apesar dos custos, a EXOPH se afigura como um certame que traz mais valias ao concelho, Alexandrino criticou a organização do espetáculo que, em 2008, trouxe Tony Carreira a Oliveira do Hospital e que “não tinha nada para vender atrás dele”. “Foi um espetáculo avulso que custou 50 ou 60 mil euros”, referiu, garantindo que na qualidade de presidente não promoveria um evento daquela natureza.