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Carta de ontem escrita pela filha de Salgueiro Maia: “Obrigada por nunca desistires do teu País mesmo quando o teu País ‘desistiu’ de si próprio!”

Querido Pai,

Hoje envio-te esta foto que representa tanto o Ser Humano que és! Com medos mas com uma coragem maior ainda! Sabias que naquele dia tinhas uma missão e cumpriste-a da melhor maneira: de corpo e alma! Sabias que dependia de vocês o futuro de Portugal!

Escrevo-te ao som de Grândola! Escrevo-te de coração apertado! Escrevo-te a tremer!

Lutaste por nós, pelo teu País! Lutaste por tudo aquilo em que acreditavas! Lutaste para que todos pudessem sonhar!

Lutaste para que esses mesmos sonhos se realizassem! Lutaste pela memória daqueles que nunca regressaram e por aqueles que iriam partir em breve!

E quando tudo terminou voltaste a casa sem pretensões! Voltaste a ser o marido, o filho, o amigo, o colega… Voltaste a vestir a farda com o mesmo orgulho com que sempre a envergaste! Mesmo quando te sentiste “castigado” sentado numa secretária nos Açores!

Hoje celebramos o que tu, o Carlos Matos Gomes, o Garcia Correia, o Vasco Lourenço e tantos outros conquistaram por nós! Hoje celebramos não só a Liberdade mas também o Amor! Hoje celebramos a vida e a luta! Hoje celebramos os sonhos!

Mas não deixaremos de lutar! Lutaremos todos os dias por todo o mundo! Lutaremos pela igualdade de direitos, lutaremos por respeito, lutaremos por dignidade! Lutaremos por manter vivo o espírito de Abril!

Hoje não sairemos a rua mas cantaremos em plenos pulmões! Hoje não haverá abraços físicos mas abraçarei com o coração! Hoje não terei cravos mas eles vivem em mim! Hoje gritarei “25 DE ABRIL SEMPRE” à janela para que a vossa luta não seja esquecida! Hoje ouvirei Grândola Vila morena vezes sem conta e chorarei porque é o símbolo da vossa Vitória e da tua partida! Hoje, mais que nunca, dou valor à liberdade com que vocês, meus Heróis, tanto lutaram!

Obrigada, Pai!! Obrigada por nunca desistires do teu País mesmo quando o teu País “desistiu” de si próprio!
Obrigada a todos os que naquela madrugada saíram e não cruzaram os braços!

Com Amor,

Catarina Mau-feitio

 

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