O Sindicato Independente dos Médicos – SIM/Centro considera que situação a do Hospital Sousa Martins – ULS Guarda (HSM) tem-se vindo a degradar nos últimos anos. A estrutura sindical refere em comunicado que prevalecendo a falta de investimento no SNS e a aposta na contratação de prestadores de serviço, essas carências têm afectado hospitais do interior, como é o caso deste Hospital.
“Caso nada se faça, a extinção destes hospitais será o resultado previsível. Escalas de serviço de urgência abaixo dos mínimos, apesar das centenas de horas extra efectuadas pelos médicos, são o reflexo de um caos instalado – e, mais grave, instituído por este Governo”, refere o SIM/Centro em comunicado, apresentado de seguida uma lista de serviços que, no seu entender, se encontram seriamente depauperados em meios e recursos, correndo o risco de desaparecer, tais como: Ortopedia – Sobrevive à custa de prestadores, mas com muitos dias sem cobrir a escala de urgência; Cardiologia – Cobre dois dias por semana na escala de urgência; ORL – Cobre um dia por semana na escala de urgência; Dermatologia – Não há urgência; Oftalmologia – Não faz urgência, não opera, só consultas; Cardiologia – dois médicos; Ortopedia – quatro médicos, três deles em idades próximas da reforma e um já a atingiu; Obstetrícia – cinco médicos, alguns já em idades próximas à reforma; Dermatologia – dois médicos, um já muito próximo da idade de reforma; Cirurgia – oito Médicos, alguns com idade próxima à reforma e um já a atingiu. Começa a ser incomportável manter escala de três elementos; Medicina Interna – Possui mais Médicos, mas quase todos não fazem mais do que as 150 h/ ano. A escala é muito difícil de manter com os números mínimos de especialistas, sem urgência interna durante os dias de semana.
“[Estas especialidades] Irão, inexoravelmente, juntar-se a obstetrícia e a gastrenterologia – já sem qualquer médico – para já não referir todas as outras especialidades que já há muitos anos deixaram de existir. É fundamental criar as condições para recrutar médicos para o SNS e evitar que saiam. Tal desiderato nacional só será possível com uma nova grelha salarial e investimento nas instalações e equipamentos. Os habitantes da região servida pelo HSM não podem continuar a ser alvo de discriminação. O País, é muito mais do que Lisboa ou Porto!”, remata o Sindicato Independente dos Médicos.