Numa cerimónia onde apareceram mais autarcas e candidatos às eleições autárquicas do que propriamente oliveirenses, o presidente da Câmara de Oliveira do Hospital inaugurou este sábado o requalificado largo do Ribeiro do Amaral e o jardim Dr. João de Oliveira Mano, onde foi descerrado um busto de homenagem ao antigo presidente da Câmara.
Trata-se de um investimento – financiado em um milhão de euros pelo Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) – que custou cerca de 2,4 milhões de euros, e que contempla um parque de estacionamento subterrâneo com capacidade para 74 automóveis.
Num longo discurso, o presidente da Assembleia Municipal (AM) teceu rasgados elogios à obra que Mário Alves vem fazendo no concelho, e considerou a inauguração da requalificada sala de visitas de Oliveira do Hospital como “um momento histórico”.
Para António Simões Saraiva, que depois de ter desempenhado o cargo de presidente da Câmara durante treze anos e de estar investido na presidência da Assembleia Municipal há dezasseis, anunciou ali a sua retirada da cena política, aquele investimento municipal constitui “uma obra de grande alcance”.
Quanto às críticas que o projecto tem vindo a gerar nalguns sectores da opinião pública local, Simões Saraiva chegou a equipará-las às que em tempos idos se observaram sobre o Centro Cultural de Belém ou o recente Túnel das Amoreiras. “Quem gostar gostou; quem não gostou tenho a certeza que, em breve, irá gostar”, referiu o presidente da AM.
Recordando a obra de César Oliveira e Carlos Portugal, Saraiva surpreendeu entretanto a plateia – e causou até algum mau estar junto dos apoiantes de Mário Alves –, quando decidiu enviar um “piropo” ao seu “grande amigo” José Carlos Mendes, ao elogiar a obra que o ex-presidente do PSD, que agora concorre à presidência da Câmara numa lista de independentes, fez – enquanto vice-presidente da Câmara – na zona do Vale do Alva.
Num discurso essencialmente concebido contra “alguns” críticos da obra, Mário Alves começou por referir que “há 60 anos” o então presidente da Câmara, João de Oliveira Mano, também teve “com certeza muita gente a criticá-lo”, nomeadamente quando aquele autarca teve “a coragem de fazer aquilo que há época seria impensável para a maioria dos oliveirenses”, e que consistiu na retirada da feira daquele espaço.
Visivelmente preocupado em rebater as críticas ao projecto, o presidente candidato do PSD disse que é típico dos portugueses “criticar antes de ver”, e salientou que aquela obra foi feita “contra a vontade de muitos”. “(…) mas esses vão como nós, que gostamos do projecto, fruir desse espaço. E aí é que está a verdadeira essência da democracia… (…) imaginem o que seria se agora aqueles que tanto criticaram fossem impedidos de entrar naquele espaço”, disse Alves.
Salientando que este projecto “procurou combinar o antigo com aquilo que é moderno hoje”, Alves realçou o facto de esta requalificação manter “parte do que existia, criando novos espaços, com novas funcionalidades”.
“Nós cá estamos para dar resposta, para fazer o que é preciso; para dar nome e qualidade de vida à cidade e ao Concelho de Oliveira do Hospital”, sublinhou ainda o autarca do PSD que, de seguida, se dirigiu com os convidados para a zona central do largo Ribeiro do Amaral, onde se encontra a decorrer, até 30 de Agosto, a III Mostra de Sabores e Artesanato.
E foi precisamente na Praça dos Antigos Combatentes da Grande Guerra, que se continuaram a ouvir algumas críticas ao projecto. Sobretudo ao nível da inexistência de sombras naquele espaço, onde – em dias de muito calor – a cobertura de granito e a aridez do local geram algum desconforto.
O piso de alguns dos espaços pedonais implantados no largo e no jardim, também mereceu críticas dos visitantes, já que – no primeiro dia de utilização – notavam-se diversos sinais de degradação, com o material a “esfarelar”.
Com Carolina Henriques (Estagiária)