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“Conflito entre quem quer fazer e quem deixa fazer é prejudicial para todos”

O empresário Fernando Tavares Pereira enviou uma mensagem de apoio a Francisco Rodrigues dos Santos quando este se apresentou como candidato à Assembleia Municipal de Oliveira do Hospital na qual criticava o actual executivo municipal oliveirense. O agora candidato à CM de Tábua, também pela coligação PSD/CDS-PP, diz que em Oliveira do Hospital prometeu-se muito em termos de planeamento empresarial, mas pouco se concretizou. O empresário, de 65 anos, refere ainda que o interior precisa de investimento “em acessibilidades, formação e em condições para as empresas e para as populações”.

CBS – A sua mensagem dá a ideia que existe em Oliveira do Hospital um conflito entre quem tem o poder e aqueles que defendem ideias políticas contrárias, os quais acabam por ser prejudicados?

Fernando Tavares Pereira – Obviamente que existe um conflito, porque, em minha opinião, não se respeitam de igual forma os investidores que tenham ideias políticas diferentes, o que, em parte, trava e muito o desenvolvimento de Oliveira do Hospital, já de há muitos anos a esta parte, o que lamento. O conflito entre quem quer fazer e quem deixa fazer é prejudicial para todos.

Considera que a equipa do executivo municipal nestes últimos anos não esteve à altura da iniciativa dos empresários?

Como é do conhecimento de todos os Oliveirenses alguma coisa tem sido feita, só que falta de desenvolvimento das diversas zonas industriais do concelho e que na verdade quase nada se fez para captar novas empresas, algumas das quais com novas tecnologias.

As autarquias da região têm facilitado o investimento e apoiado os empresários?

Em Oliveira do Hospital, conforme já referi, a maior falha está no planeamento. Não só nas áreas industriais, como nas áreas comerciais e na falta de serviços. Depois há a dificuldade de circulação de bens e mercadorias na cidade, no concelho e na região envolvente. Tendo em conta as actividades desenvolvidas em Oliveira do Hospital, que há décadas dependem da distribuição e comercialização, esta é uma grande dificuldade para a operacionalização das empresas.

Considera que os municípios deveriam intervir no sentido de adaptar o ensino de cursos aos recursos necessários para a indústria local?

É obvio que os concelhos envolvidos numa região deveriam fazer um levantamento das necessidades formativas para as empresas locais e possíveis novas actividades. Não havendo diálogo com o tecido empresarial, não existe uma boa decisão sobre o que as empresas mais precisam. Isto não significa o abandono do apoio às actividades artesanais e tradicionais da região que deveriam ser um motor de desenvolvimento ajudando a manter a população nas aldeias da região.

 “Com tantas mentiras acerca dos IC´s,

já nem as canetas têm tinta”

Como poderemos vencer o despovoamento do interior do país?

É preciso investir em acessibilidades, formação e criar condições para empresas e populações, sendo, para isso, necessário utilizar bem os apoios disponíveis da UE e o dinheiro do Orçamento de Estado. O país não pode usar o interior para obter apoios europeus para a coesão territorial e depois investir a maioria no litoral. Ora, é aqui que entram os autarcas e agentes locais, que infelizmente têm esquecido as suas terras e o seu desenvolvimento, não reivindicando o que é devido para o desenvolvimento local e assim combater o despovoamento. Como exemplo temos a saúde e os diversos serviços que têm abandonado este concelho, não esquecendo as muitas promessas para as infra-estruturas, bem como para a captação dos recursos humanos.

Acredita na promessa da conclusão das vias da região que ficaram fora do PRR, como o IC6?

Como já mencionei, lamento muito, mas não acredito na conclusão do IC6/7/37   nos   próximos anos. Com tanta promessa, desde ministros, secretários de Estado, organismos regionais e locais, onde estão incluídos alguns presidentes de Câmara, que fizeram e continuam a fazer várias promessas da construção dos IC´s (normalmente em altura de campanha), tendo havido até promessas de presidentes de Câmara que caso não tivessem concluído os IC´s, se demitiam. Promessas que nunca se concretizaram. Nem os IC´s foram construídos, nem houve demissões de quem quer que seja. Com tantas mentiras acerca dos IC´s, já nem as canetas têm tinta.

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