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COVID-19, dia 7 de Abril (o dia da confirmação). Autor: Carlos Antunes

Há números que apesar da sua dimensão relativa nos deixam tristes e consternados, principalmente o das mortes. Mas quando se é especialista de números, de modelação numérica, temos de nos abstrair da dimensão da “tragédia” e olhar para a evolução dos números, para nos convencermos ou convencer os outros que já se vê a luz ao fundo do túnel. Isso dá-nos esperança? Sim, pode e deve dar, mas o mais importante é saber que o esforço encetado por todos está a resultar, estamos a conseguir suprimir as elevadas taxas de contágio, a suprimir o crescimento exponencial da epidemia.

E há vários indicadores que nos podem dizer isso mesmo. O primeiro foi o pico da curva de novos casos de infecção que, com os casos de hoje, mantém a tendência definida de diminuição desde o dia 2 de Abril. Contudo, as curvas epidemiológicas de uma pandemia apresentam vários picos que são barreiras necessárias a transpor.

Depois do pico do número de novos casos vem o pico do número diário de óbitos causados pela Covid-19. E esse, aparentemente, também está a dar sinal de se estar a passar por ele, mesmo com os dados de hoje. Mas apesar dessa constatação de uma tendência aplanada da média móvel dos números de mortes dos últimos dias, é necessário manter a prudência, mas acima de tudo manter a esperança, e constitucionalizar-nos de que os portugueses se estão a portar bem e que os nossos profissionais de saúde estão a fazer o seu melhor. O qual se traduz numa das taxas de letalidade mais baixas da Europa. Apenas a Áustria, a Alemanha, a França e a Suíça (dos países que eu sigo e analiso) apresentavam taxas de letalidade mais baixas que Portugal ao 23º dia após a 1ª morte.

O terceiro pico a alcançar é o da curva de infectados activos, ou seja, os infectados vivos não recuperados. E esta é talvez a mais importante para os SNS e para os profissionais que dão tudo o que têm para dar. Porque depois de se passar por esse pico e o respectivo número diário começar a diminuir, iremos ter menos internados (cerca de 10% dos infectados activos) e menos pressão nos hospitais e sobre os médicos e enfermeiros. Ora, descontando os óbitos de Covid-19 e os casos recuperados, obtemos a série dos números de infectados activos, actualmente 11 913 casos (já com os números de hoje), dos quais 1180 estão internados e desses 271 estão nas UCI. Partindo da mesma metodologia de análise, embora usando uma diferente função densidade de probabilidade (PDF), o pico desta curva poderá estar situado entre dia 10 e dia 23 de Abril.

São motivos mais que suficientes para mantermos firme a nossa contenção e isolamento social, e darmos continuadamente força e apoio aos profissionais de saúde neste trabalho excepcional que estão a fazer.

Bons sinais para os EUA, que desde dia 27 de Março têm vindo a observar uma diminuição da tendência da taxa de aumento de casos acumulados, agora nos 12%. Sinal que algures entre amanhã, dia 8, e dia 14 de Abril poderá também passar pelo pico da curva de novos casos e, depois daí, começar a diminuir o número de casos diários.

Autor: Carlos Antunes

 

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