A MAAVIM alertou também que 100 famílias afetadas pelos incêndios de 15 de outubro de 2017 continuam sem condições para se protegerem da covid-19. “São mais de 100 famílias, em vários concelhos, que vivem agora de ajudas alheias, vivem em rulotes, vivem em anexos, sem condições para estarem protegidos” do novo coronavírus, afirma aquela instituição.
Os agricultores do Centro de Portugal atingidos por aqueles incêndios “ficaram sem nada e a maioria das ajudas prometidas nunca chegaram”, lamenta a nota de Nuno Tavares Pereira. “A floresta foi abandonada após outubro de 2017 e nunca mais recuperou. Não houve apoios e agora nem das limpezas se fala. Estamos a dois meses da época de incêndios e tudo está por fazer”, acrescenta.
Na sua opinião, “nesta época difícil”, as entidades competentes do Estado “não podem desculpar-se agora” com a pandemia da covid-19. “A incapacidade de defender a população mostra que o país quer ajudas no terreno e não no papel”, defende, reconhecendo que na atual situação de pandemia torna complicado “falar em outros problemas” igualmente preocupantes.
“Mas não podemos esquecer estes milhares de pessoas que perderam praticamente tudo e que injustamente não foram apoiados”, em áreas como a habitação, a agricultura, a floresta e a indústria, entre outras, de acordo com o comunicado. Para o MAAVIM, “tudo pode voltar a acontecer se ignorarem o que as vozes que não se calam avisam”, relativamente ao risco de incêndio nas zonas devastadas há dois anos e meio.
“São várias as câmaras ainda com dinheiro nas contas solidárias (…). As segundas habitações, de que tanto se ouviu falar, onde estão?”, questiona. O movimento de Midões, concelho de Tábua, recorda ainda que, desde 2017, “ajudou milhares de famílias” lesadas pelos fogos, nos distritos de Coimbra, Guarda e Viseu.