… Associação Florestal CAULE como prejudicais para os produtores e serrações. A madeira de pinho era paga em rolo na região a “42 ou 43 euros a tonelada e neste momento só rende 31 euros”, referiu Vasco Campos à Agência Lusa, explicando que “um pinheiro seco, infectado pelo nemátodo, vale menos 50 por cento do que um verde”.
O responsável pela CAULE, deu ainda conta do cenário que se tem vindo a abater sobre as serrações que “estão com muitas dificuldades para se manterem e, mesmo aquelas que tratam a madeira com calor, não conseguem voltar a exportar para Espanha”. Luís Alcobia, da Federação Nacional das Associações de Proprietários Florestais alertou também para o facto de desde há cerca de três meses não se verificar a exportação da madeira para Espanha, por decisão do Ministério da Agricultura. Tal situação levou a que “as serrações estejam cheias de madeira excedentária que não conseguem escoar”.
A falta de controlo no transporte da madeira de pinho foi outra das preocupações manifestadas por Alcobia que alertou para o facto de poderem originar novos focos de nemátodo. “O transporte não tem controlo, salvo inspecções pontuais, e a madeira infectada pode circular do Algarve ao Minho sem controlo sanitário”, sustenta o responsável, que defende “um controlo sanitário mais apertado”.
O foco de nemátodo, causador da doença do pinheiro, foi detectado pela primeira vez em 1999 na Península de Setúbal e, em Abril, voltou a ser encontrado em pinhais da Lousã e Arganil, no distrito de Coimbra, onde já contaminou uma mancha florestal superior a 100 mil hectares, e continua a alastrar de forma alarmante. As zonas mais atingidas situam-se nos concelhos de Arganil, Tábua e Penacova.