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Direito de Resposta: Monumentos megalíticos de Oliveira do Hospital

Serve o presente para, ao abrigo do direito de resposta previsto na Lei de Imprensa e em cumprimento da deliberação desta Câmara Municipal tomada na reunião ordinária realizada no dia 04 do corrente mês de Novembro, solicitar a V. Exa. a publicação do esclarecimento que a seguir se transcreve sobre a notícia divulgada no correiodabeiraserra.com no dia 17 de Outubro, sob o título “Em cada esquina um repórter”, bem como na respectiva edição impressa do dia 28 do mesmo mês, na rubrica “Cartas ao Director – Atentado ao Património Histórico”.

“A propósito da nova secção “Em cada esquina um repórter”, onde o Correio da Beira Serra convida os seus leitores a assumirem o papel de cidadãos jornalistas, permite-se o nosso comentário relativamente ao conteúdo enviado por parte do Dr. Aníbal Marques da Cruz no passado dia 17 de Outubro a propósito dos trabalhos de escavação, restauro e valorização recentemente promovidos pelo Município de Oliveira do Hospital na Anta da Arcaínha (Seixo da Beira) e Anta da Cavada (Fiais) e executados pela firma Arqueohoje.

É de salutar o artigo escrito por este ilustre filho da terra, demonstrando uma participação cívica e reforçando a importância do património histórico desta região, uma das grandes apostas para o desenvolvimento local da parte do Município de Oliveira do Hospital. No entanto as inquietações cívicas do Dr. Aníbal Marques carecem totalmente de fundamento.

Os projectos de valorização e investigação arqueológica realizados nos monumentos megalíticos do concelho foram objecto de um pormenorizado estudo e investigação patrimonial, traduzindo-se pela realização de escavações arqueológicas coordenadas e executadas por arqueólogos com formação científica (mestrados) e experiência profissional no período cronológico em causa, assim como por estudos analíticos de conservação e restauro desenvolvidos por técnicos especializados de conservação e restauro. Aliás, esta mesma equipa, composta ainda por um geólogo e um arquitecto de renome natural de Bobadela, possui larga experiência na realização de trabalhos do género um pouco por todo o País há mais de quinze anos.

Estes projectos foram previamente submetidos à apreciação dos organismos estatais que tutelavam na altura as intervenções de investigação e valorização de sítios arqueológicos (Instituto Português de Património Arquitectónico e Instituto Português de Arqueologia), tendo merecido a total aprovação.

Com a consciência e o conhecimento que representa este valioso património, e tendo em conta o adiantado estado de degradação a que se encontravam votadas as Antas da Cavada e da Arcaínha, ameaçando ruína a qualquer momento, o Município de Oliveira do Hospital entendeu lançar o desafio para a compreensão exacta destas construções funerárias pré-históricas com cerca de 6.000 anos, valorização, fruição adequada e preservação para as gerações vindouras.

Salientamos ainda que este projecto de valorização tem como base de orientação todas as convenções internacionais – ICOMOS (Comité Científico Internacional para a Análise e Restauro de Estruturas do Património Arquitectónico) ICCROM (Centro Internacional de Estudos para a Conservação e Restauro de Bens Culturais).

Este projecto inclui ainda a valorização da envolvência, a elaboração de sinalética informativa, um desdobrável explicativo de cada monumento e um relatório final das intervenções realizadas com a informação técnica – científica recolhida, que futuramente será divulgado.

Em nosso entender, esta intervenção multidisciplinar e a metodologia aplicada são um bom exemplo não apenas a nível regional mas também nacional, tendo-se a certeza que os métodos aplicados irão contribuir para estabelecer metodologias de análise racionais em todo o património megalítico do País.

Por fim, e sem querer entrar em pormenores técnicos, pois não é aqui o sítio para tal, gostaríamos de dizer que os esteios agora colocados não são mal amanhados e com o péssimo gosto de terem sido fabricados com cimento, mas sim utilizando materiais compatíveis com os originais e totalmente reversíveis, como é obrigatório numa intervenção responsável de conservação e restauro.

ARQUEOHOJE, LDA .
(Equipa responsável pelos trabalhos arqueológicos)”

Com os melhores cumprimentos,
O Presidente da Câmara Municipal
Mário Américo Franco Alves

N.D.: O Correio da Beira Serra respeita e promove a pluralidade de opinião.
A controvérsia agora em questão, resulta disso mesmo: da opinião de um leitor expressa neste jornal. Da discussão nasce a luz e é essa uma das principais funções do jornalismo – fomentar a discussão.

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