De acordo com uma nota de imprensa enviada a este diário digital, o conselho geral da daquele agrupamento decidiu, numa reunião realizada no mês passado, contestar a medida do Ministério da Educação por considerar que o processo envolve uma “complexa gestão e dinamização dos recursos físicos e humanos” e irá traduzir-se “em prejuízo da educação para todos os alunos”.
Salientando que aquela medida – contrariamente ao que aconteceu nos vários municípios portugueses ainda não foi aplicada no concelho de Oliveira do Hospital – vai contribuir “ainda mais para a concentração de serviços na sede do município e para a desertificação das zonas rurais do concelho”, o Agrupamento de Escolas da Cordinha (AEC) questiona-se também sobre os “benefícios pedagógicos” e sustenta que o novo mega-agrupamento – a constituir-se – terá uma “reduzida operacionalidade”.
“Todos sabem que se perde a gestão de proximidade, que resolve, quase no imediato, tantos problemas”, refere também aquela carta aberta à comunidade educativa, que salienta ainda que com este processo de fusão de agrupamentos o da Cordinha “perderá gradualmente a sua identidade e cultura próprias, que tão custosas foram de conseguir”.
Numa altura em que já lá vão 17 anos após a entrada em funcionamento da escola mãe daquele agrupamento – a EBI 1,2,3 da Cordinha –, o conselho geral do AEC salienta também que, nos últimos dois anos, os resultados escolares naquele território educativo sempre “estiveram acima das médias nacionais, em qualquer nível de ensino” e a taxa de abandono escolar é “nula”.
Socorrendo-se dos exemplos da Finlândia e da Grã-Bretanha, aquele agrupamento escolar sublinha que naqueles dois países europeus “a aposta na educação é realizada em estabelecimentos de ensino com um reduzido número de alunos”, e isso acontece, precisamente, “após terem experimentado o modelo organizacional associado à criação de mega-agrupamentos”.
É por este conjunto de razões – afirmam os signatários do documento – que “nunca poderia este conselho geral ser conivente com uma proposta” com a qual não concorda.
Perante os factos, o AEC apela agora a “uma participação mais empenhada da comunidade educativa na defesa de uma escola de proximidade, genuína e singular, com especificidades muito próprias e de referência no panorama local, regional e nacional”