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População de aldeia da freguesia de Lourosa irritada com cheiro agoniante
Uma estação elevatória instalada tem junto à Fonte Velha na pacata aldeia de Casal de Abade, na Freguesia de Lourosa, concelho de Oliveira do Hospital, não se encontra a funcionar em pleno e estã a derramar águas residuais que escorrem para a fonte. Resultado: a fonte fica poluída e o ar com um cheiro nauseabundo. Isto às portas da sede da Associação de Melhoramentos, Cultural e Recreativa de Casal de Abade.
“Era daqui que saía a água para a associação, era aqui que muita gente vinha recolher água”, conta-nos Abel Oliveira um professor reformado que passou muito tempo em Lisboa e regressou às origens para viver a reforma. “Temos explicado a situação aos membros do executivo da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital e ao presidente da Junta, mas limitam-se a dizer que “vão ver o que podem fazer”. “E tudo continua na mesma”, insiste Abel Oliveira que faz questão de nos levar junto à fonte do seculo XIX onde é visível um líquido pastoso que escorre a céu aberto da bomba elevatória para as águas outrora límpidas da fonte.
“O que devíamos era não ter permitido que fizessem isso aqui”, diz Rosinda Godinho de 74 anos, que se aproximou juntamente com outros habitantes, e faz questão de dizer que se lembra muito bem dos tempos em que a população se abastecia ali de água. “Agora é esta miséria”, conta. Ao seu lado, a sua amiga Conceição partilha da mesma opinião e mal consegue disfarçar a revolta “pelo abandono a que foi votado aquele espaço”. “O que pedimos é que a fonte seja limpa e que levem esta porcaria daqui para fora daqui. Que a coloquem em outro local. Há por aí tanto espaço”, atira.
Outro popular lembra que em 2016, o então presidente da Câmara, José Carlos Alexandrino, esteve ali a inaugurar uma obras de remodelação exterior. “Foi para nos tapar os olhos”, acusa. “Todos os anos lhes falamos nisto quando vêm à festa anual da Associação. Dizem que sim, mas ninguém faz nada”, refere.
A obra, lançada ainda no tempo do anterior presidente da autarquia Mário Alves, foi concluída já no mandato de José Carlos Alexandrino, uma vez que a obra inicialmente foi adjudicada a uma empresa de Viseu que declarou insolvência e veio a ser concluída por uma firma com sede na freguesia de Lourosa. O CBS tentou falar com o presidente da junta de Feguesia, mas tal não se revelou possível, ele que é acusado por alguns populares de não resolver o problema. Mas ao que foi possível apurar, a responsabilidade está agora nas mãos das Águas Públicas da Serra da Estrela.
“Mas não me parece que seja um prolema muito complicado de resolver, dado que a deficiência que deu origem à saída dos resíduos, aparentemente, só pode ter duas causas: ou a bomba está avariada ou o colector está entupido”, refere um especialista na área. “Em qualquer dos casos a CM de Oliveira do Hospital dispõe de uma viatura destinada a limpar fossas e colectores que poderia resolver facilmente o problema”, conclui.
