imposição abranja meios auxiliares de diagnóstico e medicina física e de reabilitação.
Está criado um verdadeiro braço de ferro entre o Conselho de Administração (CA) da Fundação Aurélio Amaro Diniz (FAAD), presidido por Álvaro Herdade e a Administração Regional de Saúde (ARS) do Centro, dirigida por José Manuel Tereso.
Em causa está o corte anunciado de cerca de 20 por cento da atividade do hospital da FAAD e que, em números, se traduz numa redução de 700 mil Euros do valor inicialmente contratualizado (3,7 milhões de Euros) para o ano de 2012.
No final do dia de ontem, o CA da FAAD e a direção da ARS Centro sentaram-se à mesma mesa para reavaliação da medida, mas a reunião revelou-se inconclusiva, com a estrutura regional sedeada em Coimbra a querer levar por diante o corte de 20 por cento já anunciado.
Uma redução com a qual o Conselho de Administração chega a concordar, na condição porém de a mesma não ser aplicável aos meios auxiliares de diagnóstico e medicina física e de reabilitação. “Se os exames não forem feitos por nós, serão feitos por outros”, referiu o presidente do CA da FAAD ao correiodabeiraserra.com, notando tratar-se de uma “questão de justiça e de equidade”.
Álvaro Herdade chama a atenção para o facto de a medida não ir ao encontro do estipulado no programa de governo, no sentido de privilegiar as parcerias entre o SNS e instituições similares à FAAD. Para além disso, o responsável tem também a registar o facto de o corte não ser generalizado e estar apenas a ser aplicado ao hospital da Fundação Aurélio Amaro Diniz. “O governo tem que estar atento, porque com esta medida não gera economia para o erário público”, alerta o responsável, notando que por via do tecto máximo que está a ser imposto à FAAD os utentes que acorrem àquele hospital quando já estiver ultrapassado o plafond terão que ser mandados embora, havendo um nítido “prejuízo” para a FAAD e um “benefício” para as clínicas e laboratórios privados que prestam os mesmos serviços e recebem o apoio do ministério da Saúde.
“Estão a subverter as regras da concorrência e não concordamos”, afirma peremptório o conhecido clínico que, apesar de consciente na diminuição que tem que ser feita em matéria de cirurgias e internamentos, se recusa integrar os meios auxiliares de diagnóstico e a medicina física e de reabilitação no tecto máximo de três milhões de Euros.
Às portas do último trimestre de 2012, a única certeza é de que o hospital irá interromper a atividade cirúrgica contratualizada por via da ARS até ao final deste ano. Sem que a reunião ontem realizada surtisse qualquer efeito, o assunto que em Oliveira do Hospital te vindo a gerar ondas de verdadeira preocupação, vai ser hoje discutido entre a direção da ARS Centro e o secretário de Estado da Saúde.
Amanhã, o assunto também deverá dominar grande parte da Assembleia Municipal, onde é esperada a presença do presidente do CA da FAAD. O presidente da Câmara Municipal, José Carlos Alexandrino, também já anunciou uma “intervenção dura contra o presidente da ARS Centro”.
Elementos da ARS Centro calendarizaram, para a próxima semana, uma visita ao hospital da FAAD.