O desemprego volta a ameaçar o sector das confecções no concelho de Oliveira do Hospital. Os graves problemas financeiros que têm vindo a afectar a Fabriconfex – antiga Brialex – levaram ontem a administração da empresa a propor a suspensão dos contratos de trabalho aos cerca de 150 funcionários que se mantinham a laborar com o salário de Outubro em atraso.
A decisão da administração, comunicada pelo filho do principal administrador da empresa – António Jorge encontra-se ausente do país – motivou esta manhã a realização de um plenário entre os trabalhadores e o Sindicato do Sector Têxtil de Coimbra à porta da empresa.
“Os trabalhadores estão unidos e determinados a que isto não seja o princípio do fim”, afirmou Fátima Carvalho ao correiodabeiraserra.com, referindo que os trabalhadores mandataram o sindicato para “tudo fazer no sentido de se encontrar a solução para a empresa”. Assegurou ainda que os trabalhadores deixaram bem claros que querem “ser os primeiros a saber qual vai ser o seu futuro”.
Presidente da Câmara surpreendeu Sindicato
“Acho que há sempre solução quando há vontade para se encontrar”, continuou aquela responsável sindical, louvando a atitude manifestada pelo presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital que, ontem, lhe solicitou uma reunião de urgência.
Reunidos, esta manhã, no Centro de Emprego de Arganil, Fátima Carvalho e José Carlos Alexandrino analisaram a situação da Fabriconfex e marcaram nova reunião para o início da próxima semana com o IEFP e a administração da empresa.
“Esta atitude faz toda a diferença”, verificou Fátima Carvalho, notando que até aqui “faltava um interlocutor em Oliveira do Hospital”. “Ficámos surpreendidos”, insistiu, contando que viu o presidente da Câmara “muito preocupado e interessado em dialogar e em ser parte da solução do problema”.
Verificou, contudo, que ao presidente da autarquia cabe também “criar dinâmica junto do Ministério da Economia” para se inverter o cenário que se tem vindo a abater sobre Oliveira do Hospital.
Também a responsável sindical se confessou “muito preocupada” com a situação que afecta a Fabriconfex, em actividade há 15 anos. Fátima Carvalho alarga ainda a sua preocupação a mais duas outras empresas de confecções, localizadas na Zona Industrial de Oliveira do Hospital.
“A NVA continua a ser uma situação problemática”, referiu, explicando que os trabalhadores continuam a trabalhar com salários em atraso. A sindicalista aponta ainda o dedo à HBC, encerrada desde Maio, por verificar que apesar de ter “aparecido uma luz ao fundo do túnel”, o sindicato “não vislumbra grande caminho”. Fátima Carvalho assegurou que vai abordar o caso com José Carlos Alexandrino.
O correiodabeiraserra.com tentou obter a posição da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital sobre a situação da Fabriconfex, mas continua a aguardar por nota de imprensa que ficou de ser enviada. Este diário digital não conseguiu, contudo, chegar à fala com os responsáveis pela empresa.