A administração da unidade de confecções, de Gavinhos de Baixo, cumpriu o prazo estabelecido pelos trabalhadores e informou-os do futuro da empresa: a insolvência.
A decisão foi comunicada há instantes aos 180 trabalhadores por Luís Ferreira do Sindicato dos Têxteis e Vestuário do Centro, em frente às instalações da empresa, onde os trabalhadores estavam reunidos em plenário.
“Os trabalhadores foram apanhados de surpresa, mas o sindicato tinha consciência de que era o caminho possível”, afirmou aos jornalistas aquele responsável, verificando que aos trabalhadores resta agora lutarem, em tribunal, pelos seus direitos.
“Era uma empresa que não tinha outro caminho que não fosse o de se entregar à insolvência”, continuou o responsáve,l dando conta da existência de “um passivo de muitos milhares de Euros” e do incumprimento dos vários acordos estabelecidos com a Segurança Social, que contribuiu para o “amontoar da dívida”.
“Boas vontades” para reerguer Fabriconfex e HBC
Pese embora o infortúnio que se tem vindo a abater sobre a indústria das confecções em Oliveira do Hospital, Luís Ferreira deu conta de que sindicatos, trabalhadores e Câmara Municipal estão empenhados na busca de soluções para o caso da Fabriconfex e da HBC, cujo processo – como referiu – “está numa fase mais avançada”.
“Tudo iremos fazer para que nas mesmas instalações da Fabriconfex possa vir a existir outra empresa”, adiantou o responsável sindical, destacando as reuniões já efectuadas com o ministério da Economia e Governo Civil.
Sabemos que o presidente da Câmara também tem contactado outros empresários para saber se é possível pôr esta empresa a laborar”, adiantou Luís Ferreira, advertindo contudo que “até ao momento ainda não há propostas”, mas sim um conjunto de “boas vontades”.
No caso da Fabriconfex, Ferreira sublinhou que a própria administração tem vontade de continuar com a empresa, mas vê-se impossibilitada pelo elevado volume do passivo.
Agora em processo de insolvência, o responsável sindical acredita que possa acontecer com a Fabriconfex, o mesmo que está a acontecer com a HBC, que é o aparecimento de um investidor interessado.
Sobre esta última unidade industrial, Luís Ferreira negou, contudo, a existência de “algo em concreto”, limitando-se a referir que “há já as boas vontades” e que agora se estão “a limar arestas no sentido de que seja concretizado esse objectivo”.
Para o Sindicato dos Têxteis e Vestuário do Centro importa assegurar a continuidade da indústria têxtil que “está fortemente implantada” em Oliveira do Hospital.
Para o efeito, Luís Ferreira apela à mobilização de esforços e lembra que “para continuar é preciso que haja empresários”. “É natural que haja empresários que estejam interessados, mas em determinadas condições”, verificou, sublinhando contudo que “há condições que se poderão encontrar junto do governo”.
Refira-se que em entrevista a este diário digital, o presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital se revelou optimista relativamente ao processo da HBC. “Tenho um potencial comprador para a HBC e vai, em princípio, ficar com 100 a 120 postos de trabalho”, contou José Carlos Alexandrino, confiante de que o problema daquela unidade de confecções, localizada na Zona Industrial, “está muito perto da sua resolução”. “O potencial investidor tem encomendas”, assegurou.
Apesar de não revelar grandes novidades sobre o caso da Fabriconfex, o autarca disse acreditar num desfecho favorável para aquela unidade. “Pelos contactos que fiz, acho que também vai haver uma solução”, verificou.