O presidente da Câmara Municipal de Seia defendeu, no sábado, durante a sessão de abertura da 38ª edição da Feira do Queijo daquele concelho (que termina esta terça-feira) que a fileira do agroalimentar tem inúmeras potencialidades e valor acrescentado, fundamentais para a dinamização da agricultura na região. Filipe Camelo sublinhou ainda que o futuro passa pela “qualificação e diferenciação dos produtos” e anunciou que a sua autarquia irá retomar a Agência de produtores Alimentares de Seia, “um centro de investigação do queijo, capaz de responder às problemáticas do sector”, que irá trabalhar “o marketing e a comercialização dos produtos”.
“Temos a matéria-prima, o saber, conhecimento e empresários dinâmicos”, justificou o autarca, que tinha ao seu lado com o Secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural, Amândio Torres, defendendo que o grande objectivo da Feira do Queijo passa por “valorizar o produto mais representativo da região, continuando a dignificar e reconhecer todos os que trabalham neste sector” .
O líder da autarquia não se esqueceu ainda de lembrar ao membro do Governo que um dos grandes problemas da região continuam a ser “as acessibilidades”. “É um obstáculo ao crescimento e desenvolvimento da região que nos desqualifica e nos impede de ser mais atractivos e mais competitivos”, frisou, deixando o desafio ao Secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural para que “se concluam os itinerários complementares (IC) 6, 7 e 37, há muito prometidos”. Talvez com essas vias aumentassem “os milhares de visitantes” que mesmo assim passaram pelo local, para saborear e adquirir os produtos locais.
Amândio Torres, porém, não se alongou sobre o assunto. Limitou-se a concordar com criação de um centro de competências, alicerçado no conhecimento das entidades existentes no território, como a ANCOSE – Associação Nacional de Criadores de Ovinos da Serra, da ESTRELACOOP – Cooperativa dos Produtores de Queijo Serra da Estrela, e que seja capaz de “diversificar e promover novos produtos” que potenciem mais “a grande marca que é a serra da Estrela”.
Um dos momentos marcantes do certame foi a produção ao vivo de um queijo de 68 quilos, o maior de Seia. Foram necessários 400 litros de leite de ovelha, sal e flor de cardo, como coagulante, para que sete produtores do concelho conseguissem um queijo que vai agora para “maturação”. O resultado final será conhecido apenas no certame do próximo ano.