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Fora de Jogo (por António Campos)

Sem mais delongas,começo por dizer que tudo ou quase tudo o que sou, devo-o em grande parte ao desporto. Não a minha formação académica e ou profissional, mas a formação social, a minha formação moral e quiçá a minha formação de base da personalidade, essa devo-a em parte e sem sombra de dúvida ao desporto em geral e ao futebol em particular.

O futebol foi a mola impulsionadora dessa formação, disso eu não tenho dúvidas.
E tudo começou pelo ano de 1976/77,quando ainda muito jovem, integrei e me envolvi na primeira equipa de júniores da A.D.Nogueirense.A minha querida terra, pois claro…depois, bem…depois foram muitos anos seguidos a servir o clube do meu coração, com passagens esporádicas por outros e, após já ter “oficialmente pendurado as botas”, mais de uma década de desporto na “redondinha” pelos campos do INATEL ao serviço do Académico de Vilela. Foi praticamente o meu segundo clube, nesta minha longa vida futebolística. Como me “aguentei” tanto tempo? – poderá ser uma questão que os meus leitores de hoje poderão fazer.

É óbvio que acima de tudo vem o amor ao desporto e o “bichinho” pelo futebol… que ainda hoje me “persegue” e tranforma as segundas-feira da semana. Mas é inegável que acima de tudo foi a amizade e os AMIGOS que arranjei no futebol que me moveram nesta longevidade…

E serve esta introdução para falar dos AMIGOS. Estes amigos que todas as segundas-feira da semana se entretêm a cuidar do corpo e da mente nestes nossos encontros semanais de futebol. Muitos foram outrora, adversários de respeito e qualidade. Será o vício, o amor ao desporto, o desejo, a manutenção(?) – Deve ser isto tudo que me move e talvez nos mova a todos. Existe porém uma coisa que certamente nos deve unir: – A Amizade. Esta mesma amizade que surgiu com o desporto e o futebol gera. Depois, bem depois são os amigos e é desses que eu quero falar.

Os meus amigos felizmente são muitos. Muito mais do que “os outros”. E eu não quero mal aos “outros”. Mas esses, que sejam felizes à sua maneira. Estes amigos (aqueles que jogam comigo) são disponíveis e estão presentes quando solicitados. Intervêm sempre quando pretendem e emitem opiniões (e são tantas…); umas vezes políticas e aqui os ânimos às vezes “exaltam-se”, mas nada que “um pouco de água na fervura “não amenize. Mas estes amigos merecem que eu fale deles, pois acho que sem amigos a vida não é suportável. Quem não tem amigos deve ser muito pobrezinho. Nem que tenha o Euromilhões. Mas os amigos são para as ocasiões e sempre que solicitados, são como os pássaros a voar… há sempre um que poisa e aparece.

E neste dia aparecemos todos em tertúlia futebolística de língua e pontapé. Os jogos, isso agora não interessa nada; são para queimar calorias e justificar depois a sobredosagem das mesmas, o que acontece pelo menos uma vez por mês.

O importante é sabermos que já cá andamos há cerca de vinte anos. É um “TOCA A JOGAR” constante e iremos continuar até as pernas deixarem e o corpo aguentar,pois a amizade e o futebol andam sempre de mãos dadas. E sabem uma coisa!? sabem…

É que sem amigos eu fico totalmente em fora de jogo.

António Campos

 

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