… da empresa construtora que também tarda em receber da AZC.
A freguesia de Meruge demora em ver cumprido um sonho antigo. Há cerca de dois anos teve início a construção da desejada ETAR e Estação Elevatória – o prazo de execução era de 365 dias – mas os trabalhos estão parados há já alguns meses.
As três velhas fossas séticas continuam a ser a única resposta dada à freguesia em matéria de saneamento e o principal foco de poluição no Rio Cobral, dada que é a conhecida saturação das velhas estruturas.
“A ETAR é uma necessidade na freguesia”, lembra o presidente da Junta de Freguesia de Meruge ao correiodabeiraserra.com, referindo-se à estrutura como sendo, no momento, a “obra mais importante para a população de Meruge”.
Aníbal Correia não esconde a insatisfação pelo facto de os trabalhos se encontrarem suspensos, dado que por esta altura a obra, que representa um investimento na ordem de um milhão e meio de Euros, já deveria estar praticamente pronta. De acordo com o autarca, a obra da ETAR está quase terminada, esperando porém pela instalação do equipamento necessário ao seu funcionamento.
Mais atrasada, conta o autarca, está a construção da Estação Elevatória que, já inicialmente padeceu de atraso no seu arranque devido a uma necessária alteração ao projeto.
A motivar a suspensão dos trabalhos estão alegadas dificuldades financeiras que afetam a empresa à qual foram adjudicados os trabalhos e que, segundo contou, também decorrem do incumprimento nos pagamentos por parte da empresa Águas do Zêzere e Côa que “deve muito dinheiro ao empreiteiro”.
“Obra sem fim à vista”
Uma preocupação que Aníbal Correia partilhou na última reunião da Assembleia Municipal. “Parece que temos ali obra sem fim à vista”, referiu o presidente da Junta de Freguesia de Meruge que, pese embora, os contactos feitos com as partes envolvidas, lamenta não se chegar a nenhuma conclusão.
“Temos que pressionar”, notou o autarca numa intervenção, onde se dirigiu ao presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital, num evidente pedido de ajuda para a resolução do problema que não se esgota na suspensão dos trabalhos.
Aníbal Correia denunciou também o incumprimento do que foi acordado entre a AZC e proprietários de terrenos. “Há acordos que nunca foram cumpridos”, referiu, apelando a uma necessária tomada de medidas para se ultrapassar o impasse em torno daquela estrutura.
Para o presidente da Junta de Freguesia, a obra em questão é de importância maior para a freguesia, com destaque especial para a urgência de colocar um ponto final na poluição de que está a ser objeto o Rio Cobral. “Não são só os outros que poluem, nós também poluímos”, lamentou o autarca, notando que nos últimos meses não tem sido tão frequente a poluição a jusante, em particular a que provém de queijarias. Uma situação que, como contou, é mais frequente nos meses de inverno, em particular de fortes chuvas, numa tentativa de as descargas ilegais não serem detetadas.
Em face da preocupação manifestada pelo autarca de Meruge, o presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital prontificou-se para fazer parte da solução, solicitando também a Aníbal Correia para que lhe sejam encaminhados os proprietários de terrenos que, até ao momento, ainda não viram cumpridos os acordos relativos à cedência de terrenos.