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Gabriell, o arrebatador…

Cantor foi um dos que mais beneficiou nos contratos públicos com CM de Tábua

Com o país a ser confrontado nos últimos tempos com casos controversos de contratação pública envolvendo figuras afetas a diversos partidos a nível autárquico e do governo, fomos analisar o que, nesse âmbito, se passa em Tábua. A nossa atenção recaiu sobre as últimas contratações estabelecidas entre o Município de Tábua, liderado por Ricardo Cruz, e o cantor Gabriel e a sua empresa. Nomeadamente, as contratações feitas pelo Município com a empresa Festa Nossa, propriedade do cantor, para a limpeza de equipamentos municipais, para os quais a edilidade lançou concurso público de consulta prévia. (1) Ao analisar os concorrentes, que são previamente consultados pelo Município, encontramos a empresa Festa Nossa de Tábua, a Operandus, de Lisboa, Interlimpe de Lisboa e Fine Facility Services, também de Lisboa.

Naturalmente que não somos nós que podemos aquilatar quais foram as empresas que ofereceram melhores condições, pois não temos acesso às propostas feitas. Mas podemos questionar se para este concurso fossem convidadas mais empresas locais, as cotações seriam as mesmas? Acontece que já são 2 contratos de mais de 80 mil euros nos últimos 2 anos sempre a bafejar a “Festa Nossa” …

Esta empresa tem como atividade principal, o âmbito das produções musicais. E, por isso, fomos verificar se haveria contratos com essa vertente de atividade com o Município de Tábua e, logo verificamos que em 2015, (2) quando Ricardo Cruz era Vereador, deparamos com uma contratação de 35750€, mais iva, para espetáculos no âmbito da Facit.

Esta contratação, embora tenha sido por adjudicação direta até se compreende, no sentido de beneficiar empresas locais, quando não existem outras. Mas depois de analisarmos algumas das contratações que são de conhecimento publico através do Portal de Base de compras públicas, deparamos com mais uma adjudicação direta em nome da Servigreat, (3) curiosamente para limpeza do caminho romano da Pedra da Sé, logo em altura de plena campanha 24 de Setembro de 2021, no valor de 8990€ mais iva. Mas conforme é público, o cantor Gabriel publicou (4) em 20 de Outubro de 2021, que tinha realizado esse trabalho através da empresa em parceria com a Servigreat, de Condeixa.

Mas esta ligação não teria nada de estranho ou duvidoso se não tivéssemos sido bombardeados com a promoção do cantor relativamente ao trabalho feito em prol do Partido Socialista. O próprio anunciou que agenciou através da empresa Festa Nossa (5) as apresentações do Partido Socialista de Ricardo Cruz em Tábua e em outros concelhos.

Um dos artistas convidados foi Augusto Canário (6) que, curiosamente, também é agenciado pela empresa Andamento Vivo, mas isso são mesmo só curiosidades que, aparentemente nada têm em comum, ou tendo, aparentemente estão dentro da normalidade.

Ora sabemos todos que a empresa Festa Nossa faz trabalhos de produções musicais, limpezas, trabalhos florestais e construção. Mas neste cruzamento de ligações, constatamos que para o excelente espetáculo que Paulo de Carvalho deu no CCT em 2 de Outubro do ano passado, foi contratada a empresa Andamento Vivo de Tomar, (7) em 24 de Setembro de 2021, pelo valor de 24250€ mais iva. Ora aqui a razão local não existiu, mas Paulo de Carvalho reagiu na altura, referindo nos meios sociais que só recebeu 2000€ pelo espetáculo (8) e a empresa disse que teve muitos custos.

Não querendo alimentar mais polémica sobre a excelência deste espetáculo de Paulo de Carvalho e da Academia Artística do Município, achamos que também seria louvável que esses jovens da Academia tivessem sido gratificados pelo excelente trabalho desempenhado.

Proteger as empresas e os empresários locais, muito bem, mas que diversifiquem o leque dos “beneficiados” de forma a afastar as dúvidas que possam ser suscitadas de haver clientelismo e amiguismo político, questões sempre criticáveis nestas alturas de múltiplas crises, políticas, de valores morais, económicas e falta de transparência.

Solicitamos a Ricardo Cruz e Gabriel Ferreira um comentário sobre o teor deste artigo, que não nos chegou até ao fecho desta edição.

Fonte: O Tabuense

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