Grande parte dos professores do Agrupamento de Escolas de Oliveira do Hospital aderiu hoje a mais um dia de greve e durante as primeiras horas da manhã manifestara-se à porta da sede de um agrupamento que conta com 2200 alunos, 300 professores e 19 escolas. A elevada adesão dos docentes levou ao imediato encerramento das escolas básica da Ponte das Três Entradas e mais tarde, foi anunciado, em comunicado, que a escola sede também não funcionaria.
“Estamos aqui mais uma vez, e com mais convicção, para uma acção de luta contra a degradação do ensino em Portugal. A forma como se encontra a docência deixa-nos tristes. Não existe motivação. Lutamos contra a municipalização da educação, as cotas que apenas servem para impedir a progressão na carreira e uma burocracia asfixiante”, explicou Maria Helena Sousa que se encontra em Oliveira do Hospital desde 2015, mas que já leva 29 anos de profissão, sublinhando que os moldes em que decorre esta greve (de forma parcial ao longo do dia) é “completamente legal”
“A classe docente precisa de acordar e que a tutela nos valorize, que nos motive, e que não procure dividir para reinar”, sublinhou no meio de um extensa fila de professores que tinham ao peito cartazes com palavras de ordem. “Vamos fazer greve hoje e amanhã, num processo que vai culminar com uma manifestação em Lisboa no próximo sábado”, frisou Maria Helena Sousa.
A greve conta com a solidariedade da Associação de Pais como explicou a presidente deste organismo, referindo que os encarregados de educação têm consciência que os professores estão a ser desrespeitados pela tutela. “Apesar de todos os contratempos, estamos com os professores, porque esta é uma luta também a favor de uma melhor educação. Professores desmotivados acabam por prejudicar o rendimento dos alunos”, explicou Susana Faria. “Reconhecemos que os professores não têm as melhores condições de trabalho”, conta, sublinhando que os encarregados de educação têm de lidar com a situação. “A greve tem de causar impacto para ter efeitos. E se os professores tiverem melhores condições, os alunos também ganham, porque o que está aqui em causa é uma luta por um ensino de qualidade”, rematou
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