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Há quatro anos a promover os produtos “Da Nossa Terra”

Em 2014 é assinalado o Ano Internacional da Agricultura Familiar (AIAF). Em Oliveira do Hospital há uma mostra de produtos biológicos e agrícolas em modo de produção tradicional que está a assinalar quatro anos de realização contínua.

Uma vez por mês, a Mostra de Produtos Biológicos e Agrícolas em Modo de Produção Tradicional de Oliveira do Hospital – “Da Nossa Terra” oferece produtos vindos diretamente da terra, genuínos e de qualidade pela mão de pequenos agricultores e produtores artesanais.

Neste ano, internacionalmente, dedicado à Agricultura Familiar a mostra surge renovada, com uma nova imagem e outra dinâmica, mas, “igual na sua essência, assente no investimento e no apoio à pequena economia agrícola e artesanal de cariz familiar”, informa o município e a ADI – Agência de Desenvolvimento Integrado de Tábua e Oliveira do Hospital que querem continuar a “incentivar o desenvolvimento da Agricultura Familiar e as atividades de carácter artesanal”. Uma vontade que ganha renovada força no ano em que se pretende aumentar a visibilidade da agricultura familiar que tem um importante papel para o desenvolvimento sustentável particularmente nos meios rurais, reposicionando a temática no centro das políticas agrícolas, ambientais, sociais enquanto medidas de desenvolvimento local.

mostra2O segundo sábado de cada mês é o dia em que prevalece a qualidade da frescura que muitos oliveirenses e outros clientes da região já se habituaram a procurar nas instalações do mercado municipal. E todos os meses, uma parte da oferta que os pequenos agricultores e artesãos ali trazem, varia conforme a disponibilidade. Na mostra “Da Nossa Terra” a oferta está sujeita à produção hortícola e frutícola da época mas é, também, aí que reside a grande riqueza desta mostra e o seu elemento diferenciador. “Não se trata de um frio expositor de supermercado mas uma prateleira da despensa com produtos colhidos naquela manhã diretamente no quintal, ou um pão, biscoitos ou tigelada ainda quentes, cozidos em forno de lenha; o azeite local ou a pêra passa; o queijo Serra da Estrela e o mel”,faz notar a organização.

Edmar Rodrigues chega ao mercado municipal vindo de Alvoco das Várzeas. Depois de dezenas de anos no negócio da venda de pão dedica-se à produção de licores caseiros. A esposa apurou o jeito para as compotas, num curso de formação, e agora “junta-se o útil ao agradável”. Para este pequeno produtor que sempre cultivou o seu quintal, a participação nesta mostra representa uma ajuda “para a economia familiar” e “é também uma distração”. Aos licores e às compotas junta o mel, que também retira das suas colmeias e que é um dos produtos que mais vende, e muitos outros, como bolos, hortaliças e outros legumes, batatas ou limões.

O objetivo é escoar as produções caseiras excedentes, os “produtos da quinta” como explica Laura Cruz enquanto ajeita os saquinhos de chá, de feijão e de frutos secos. Neste sábado também trouxe bolos caseiros, ovos biológicos e uns viçosos grelos de couve. Residente em Gramaços, foi desafiada por outra participante para vir até à mostra. “Às vezes fazemos mais dinheiro, vende-se mais, outros dias menos. Mas é muito bom nós virmos e estarmos presente”, diz animada.

Foi Maria Mendes quem a convidou, e que tomou “o gosto” de participar na Mostra depois de ter estado na Feira do Queijo Serra da Estrela de Oliveira do Hospital. “Incentivaram-me para vir vender” e dali retira “uma ajuda para comprar outras coisas para casa”. Trabalhou numa queijaria mas sempre cultivou a terra, de onde colhe os bens para o consumo familiar. Mas o excedente da horta ‘viaja’ todos os meses até ao mercado, a que junta, conforme a disponibilidade, o pão, bolas de bacalhau e coscorões – duas das suas especialidades – arroz doce ou tigelada, biscoitos e enchidos, licores e massa pimentão.

Promovida desde 2010, através da parceria entre o município e o Contrato Local de Desenvolvimento Social, a Mostra “entrou definitivamente nos hábitos de consumo de todos aqueles que preferem produtos de qualidade a preços mais baixos e afirmou-se na região da Beira Serra, desde Viseu a Coimbra passando pelas Serras da Estrela e do Açor” . Desde o início que tem vindo a aumentar o número de produtores permanentes, por onde já passaram, no total, mais de uma centena de produtores, sendo que continuam abertas as inscrições para acolher mais e novos produtores. “esta foi uma aposta pioneira na região logo em 2010. Hoje é um bom hábito mensal e a tendência será de crescimento, uma vez que é uma boa oportunidade para os pequenos produtores e para quem gosta de produtos genuínos da terra”, considera o presidente da ADI, José Francisco Rolo.

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