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A inauguração do novo lar, em Ervedal da Beira, ficou marcada pelos elogios à direcção de Luís Costa pela ousadia no arranque da obra. Mário Alves apelou ao aumento dos acordos de cooperação e Mário Ruivo desafiou a IPSS a estudar a implementação de cuidados continuados.

 

Inauguração do lar com elogios à direcção e desafios ao Governo

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Foi inaugurado, dia 20 de Maio, o Lar Sagrada Família do Centro Social e Paroquial de Ervedal da Beira, em funcionamento desde o início do ano. Na cerimónia foi vincada a ousadia da direcção em avançar com a obra e voltaram a fazer eco os pedidos de apoio ao Estado. O presidente do município é que não se voltou a poupar nas críticas “aos senhores da comunicação social”, e àqueles que dão, deixou o recado: “devem dar, mas esconder a mão”.

“As palavras não substituem as obras, porque as obras falarão sempre mais do que as palavras”. A afirmação foi proferida pelo director do Centro Social e Paroquial de Ervedal da Beira, numa alusão ao projecto que hoje é uma realidade e dá resposta de lar a 40 idosos da região da Cordinha. A nova valência da Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS) dirigida pelo padre Luís Costa traduziu-se num investimento de um milhão e 300 mil euros, sem que no entanto tivesse beneficiado de qualquer apoio financeiro por parte da Segurança Social. O Lar Sagrada Família está em funcionamento desde 2 Janeiro de 2008 e Luís Costa enaltece o apoio dado “por tantas mulheres e homens que nunca deixaram de sonhar”, referindo em concreto o esforço dos elementos que integraram anteriores direcções da IPSS, da Câmara Municipal na cedência do espaço, apoio técnico e contributo financeiro de 150 mil euros, sem esquecer a comunidade em geral, com destaque para o benemérito e empresário António dos Santos Lopes que contribuiu com 100 mil euros e a Caixa Agrícola que “arriscou caminhar” com a instituição. Palavras de reconhecimento foram também dirigidas à Segurança Social pelos 12 acordos de cooperação que protocolou com a IPSS.

“Sem o apoio da Câmara Municipal haveria outras dificuldades”

Também presente na cerimónia que foi participada pelos autarcas da Cordinha e outras individualidades, o director do Centro Distrital da Segurança Social de Coimbra reconheceu a importância das “parcerias que visam dar resposta àquelas que são as necessidades da população”, bem como as “dificuldades” inerentes à construção do novo equipamento.

Sem ignorar o facto de a Segurança Social não ter comparticipado a obra, Mário Ruivo sublinhou que “as necessidades de cada um são diferentes” e justificou a falta de apoio com o argumento de que o Estado “não pode deixar alguns a descoberto para apoiar outros”. Nesta matéria elogiou o papel da Câmara Municipal que “tem demonstrado esta preocupação quer ao nível de equipamentos sociais, quer de viaturas”. “Se o concelho não tivesse o apoio da Câmara Municipal haveria outras dificuldades”, destacou o responsável distrital pela Segurança Social, lembrando que a IPSS tem também possibilidade de recorrer a um subsídio do Estado, para fazer face a adversidades financeiras.

Sobre os acordos de cooperação, Ruivo disse que em Outubro há possibilidade de serem revistos e de o número ser alargado, mas lembrou que “em mais nenhum lar do distrito foram dados 12 acordos, mas apenas oito”. Ainda no arranque da nova valência, o director regional da Segurança Social desafiou a direcção de Luís Costa a ponderar a implementação de Cuidados Continuados, porque é intenção do Governo alargar o projecto “a cinco mil camas”.

“Aqueles que dão, devem dar e esconder a mão”

 Imagem vazia padrãoSem querer deixar cair no esquecimento “as várias promessas não cumpridas”, o presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital reconheceu a “coragem” dos que assumiram o projecto e o tornaram realidade. “Hoje sinto alguma felicidade”, confessou Mário Alves, realçando o papel que desempenhou na criação de “motivação” para que os envolvidos pudessem avançar. Mas, ao mesmo tempo que sublinhou o facto de se tratar de “uma obra de capital importância para esta área totalmente a descoberto”, o autarca lembrou a Mário Ruivo que no concelho ainda deverá abrir durante este ano “um lar de serviços continuados” que por duas vezes viu reprovadas as candidaturas ao PARES. “O Estado local está disponível, é preciso que do lado do Estado Central haja apoio para poder entrar em funcionamento”, referiu Mário Alves, apelando para que os 12 acordos em vigor no lar de Ervedal da Beira sejam alargados às duas dezenas, por forma a acolher os idosos mais carenciados. “São os que mais me preocupam por terem menos capacidades financeiras”, frisou, alertando para o aparecimento de fenómenos de pobreza e exclusão social. Revelou-se preocupado com os novos casos de pobreza, mas não deixou de criticar a forma – sem fazer qualquer referência aos donativos canalizados para a obra que estava a ser inaugurada – como alguns ajudam os outros. “Aqueles que dão, devem dar e esconder a mão”, evocou o presidente do município, ao mesmo tempo que se dirigiu “aos senhores da comunicação social”com a advertência de que “para venderem jornais não têm que pôr a nu a vida dos que nada têm”.

O Governador Civil de Coimbra destacou a “ousadia” da direcção na construção do lar, considerando que foi aberta “uma janela de oportunidades”. Já para o Bispo Albino Cleto o lar coloca “estas pessoas (idosos) no centro das preocupações”.

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