Os prejuízos financeiros causados pelos incêndios dos dias 15, 16 e 17 de Outubro no concelho de Seia são superiores a 10 milhões de euros, segundo o último levantamento da Câmara Municipal. A autarquia de Seia, presidida por Carlos Filipe Camelo, refere, num comunicado, que o valor superior a 10 milhões de euros “não consubstancia todos os danos de pessoas e bens, nem os estragos incalculáveis nas áreas agrícola e florestal”.
De acordo com a nota, os dados que foram apresentados pelo presidente da autarquia na última reunião do executivo, realizada na sexta-feira, indicam que, apesar de o concelho de Seia não ter sido o mais afectado, “os trágicos incêndios consumiram mais de 18.500 hectares” de área, deixando no território “danos materiais sem paralelo”.
“Só no sector económico contabilizam-se perdas superiores a quatro milhões de euros, montante que não reflecte a totalidade das 42 empresas afectadas, muitas delas privadas do exercício da sua actividade”, refere. Ao nível das infra-estruturas e de equipamentos municipais, “o inventário apurado até ao momento prevê prejuízos de dois milhões e 64 mil euros”, acrescenta a fonte. O município de Seia calcula que só na reparação das 22 estradas municipais afectadas terá de “despender mais de um milhão e quatrocentos mil euros, valor que não representa os estragos na sinalética, estimados em 464 mil euros”. O levantamento também aponta para danos nos sistemas de distribuição pública de água e de equipamento complementar urbano, com prejuízos na ordem dos 170 mil euros. “Os prejuízos sofridos por particulares também são muito significativos”, segundo o autarca.
Carlos Filipe Camelo referiu na última reunião do executivo municipal de Seia que o relatório “contabiliza 130 habitações afectadas pelos fogos, 73 de residência permanente e 56 de segunda habitação”, estimando que os estragos ultrapassem os quatro milhões de euros, pelo elevado número de casas que ficaram completamente destruídas (35 de primeira habitação e 43 de segunda).
A Câmara Municipal de Seia, em conjunto com empresas locais, tem procedido à entrega de algum material de construção civil (tinta, cimento, areia, blocos, etc.), “que permitirá aos proprietários executarem pequenas reparações nas habitações e nos edifícios de apoio” nas situações em que as condições de habitabilidade se prendem pela realização de pequenas intervenções. Carlos Filipe Camelo considera que a “restauração do bem-estar” das pessoas afectadas pelos incêndios “é prioritária” e que é “urgente que os apoios anunciados pela Administração Central se materializem o quanto antes, como já aconteceu para o sector económico, com a publicação do Sistema de Apoio à Reposição da Competitividade e Capacidades Produtiva”.