Home - Sociedade - Saúde - Insuficiência cardíaca: conhecer, prevenir e tratar melhor. Autor: Joana Pimenta

Insuficiência cardíaca: conhecer, prevenir e tratar melhor. Autor: Joana Pimenta

O Dia Europeu da Insuficiência Cardíaca comemora-se a 6 de Maio. Apesar de ser uma doença muito frequente no nosso país, na Europa e no mundo, continua a ser muito pouco reconhecida pela população geral. E, na verdade, é a primeira causa de hospitalizações em muitos países, tem uma taxa de mortalidade superior a vários cancros comuns (cerca de 50% em 5 anos) e é responsável por perda significativa da qualidade de vida dos doentes. Esta importante carga de doença acarreta, compreensivelmente, elevados custos económicos e para todos nós, enquanto sociedade.

A insuficiência cardíaca (IC), mais do que uma doença, é uma condição (síndroma) que resulta da incapacidade do coração corresponder às necessidades acrescidas de fluxo sanguíneo do organismo, impossibilitando-o de realizar actividade física sem agravar os sintomas, que são predominantemente o cansaço, a falta de ar e o inchaço das pernas. Esta patologia é, muitas vezes, o estádio final de outras doenças crónicas comuns que afectam o coração como a aterosclerose (que leva à angina de peito e ao enfarte do miocárdio), a hipertensão arterial e a obesidade. No entanto, pode também resultar de alterações das válvulas do coração, de tóxicos (como o álcool ou a quimioterapia), de alterações genéticas ou de outras patologias mais raras.

Para assinalar este dia dedicado à IC e aos nossos doentes que com ela vivem diariamente, a quem não quero deixar de recordar, pelo caminho difícil que muitas vezes trilham e que acompanhamos o melhor que podemos, quero deixar duas mensagens de alerta e optimismo:

A primeira é que a IC é prevenível. Para tal, os hábitos de vida saudável (dieta equilibrada do tipo mediterrânico, exercício físico, abstinência tabágica e alcoólica) são fundamentais, mas também o são o controlo das doenças crónicas, como a hipertensão arterial, a diabetes, o colesterol elevado e a aterosclerose, a obesidade.

A segunda é que dispomos, cada vez mais, de armas para o tratamento desta doença e temos vindo a ganhar mais e melhores anos de vida para os nossos doentes. O tratamento para a IC é eficaz, assim o consigamos fazer chegar aos doentes.

Nesta luta contra a IC, precisamos do contributo de todos: da população em geral para o esforço da prevenção; dos doentes, seus familiares e dos profissionais de saúde, para a detecção precoce da doença (idealmente em fase de pré-IC) e para o seu tratamento célere e optimizado; dos decisores políticos, para uma maior e melhor atenção à organização dos cuidados a uma doença com um impacto tão significativo na nossa sociedade.

 

 

 

 

 

Joana Pimenta – Serviço de Medicina Interna do Centro Hospitalar Gaia/Espinho / Coordenadora do NEIC da SPMI

LEIA TAMBÉM

Formalizada venda de terreno para construção do Hospital São Mateus na Guarda

Grupo Embeiral investe 25 milhões de euros em nova unidade de saúde privada na Quinta …

Educação: a alavanca do futuro de Arganil. Autor: José Miguel Marques

Foram recentemente divulgados os rankings escolares referentes aos resultados dos alunos nos exames nacionais do …