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Integração de Paulo Rocha no executivo PS “é indigna e reveladora dos interesses meramente pessoais”

 

Na sequência daquilo que já tinha sido feito pela presidente do PSD de Oliveira do Hospital aquando do rescaldo imediato do anúncio de admissão do vereador ex-PSD no executivo municipal em permanência, a Comissão Política de Secção (CPS) daquele partido não deixa o assunto incólume e sai para a rua com declarações pesadas acerca do facto político que marcou o final de 2011 em Oliveira do Hospital.

Num comunicado onde as críticas e apreciações aparecem numeradas, surge à cabeça um “repúdio” da estrutura concelhia social-democrata pela atitude de integração do vereador da oposição eleito pelo PSD na equipa socialista liderada por José Carlos Alexandrino.

Uma atitude considerada “indigna e reveladora dos interesses meramente pessoais que já se adivinhava no recente pedido e desfiliação do partido que o elegeu”. Para a estrutura partidária presidida por Sandra Fidalgo estão em causa “atitudes que descredibilizam os partidos, por não existir lealdade e fidelidade aos projetos”.

Com o passado recente bem presente na memória, Fidalgo comprova agora o que já antes pressentia, ao notar que a desfiliação de Paulo Rocha do partido não foi fundamentada por declarações que a própria proferiu ou por divergências com a CPS.

“Tratou-se exclusivamente de uma situação forjada com o intuito de justificar a mudança de camisola”, refere a líder concelhia do PSD, que garante ter havido da parte da estrutura “vontade de conciliação” que nunca obteve feedback positivo do lado de Paulo Rocha.

Num início de ano que fica marcado pelo regresso de Paulo Rocha ao âmago da gestão autárquica por via de uma equipa que não era a sua, Fidalgo denuncia a “falta de ética e de valores” e o “profundo desprezo” de Paulo Rocha para com o partido com que concorreu nas últimas autárquicas.

Num comunicado onde não deixa de criticar o papel desempenhado pelos vereadores do PSD no executivo municipal – “nunca quiseram representar efetivamente o partido que os elegeu”, adianta – a presidente do PSD questiona igualmente o “consenso público manifestado pelo PS” chegando mesmo a verificar que “este não é um facto tão pacífico como o representante do PS quis fazer passar”.

“Aliás, não deverá ser fácil quer para o representante do PS, quer para o próprio Presidente da Assembleia Municipal aceitarem Paulo Rocha para assumir tamanhas funções no executivo socialista, depois de terem assumido publicamente posições de rutura e dirigido tantas críticas às suas capacidades políticas e profissionais enquanto vereador e vice-presidente do executivo autárquico, eleito em listas do PSD”, sublinha a líder laranja, que também questiona o pensamento que por agora ocorrerá entre os militantes e simpatizantes do Partido Socialista.

“Da parte do executivo socialista, esta atitude revela ainda a fraca capacidade de liderança e a diminuição das capacidades dos seus pares”

Ainda que em face de um “ato inqualificável”, Sandra Fidalgo garante que o mesmo não desanimou o PSD e serviu antes para “solidificar a união do partido”. “Neste momento, estão reunidas as condições para a concertação de estratégias que permitirão antever a vitória do PSD nas próximas autárquicas”, assegura, verificando que o polémico facto político veio revelar a “fraca capacidade de liderança” do executivo socialista e “diminuir” a capacidade dos seus pares, ao partilhar com um elemento da oposição, uma das pastas mais importantes da gestão autárquica.

A dirigir uma estrutura partidária onde o chavão usado pelo executivo e Paulo Rocha de que “estão meramente em causa os interesses do concelho” não colhe adeptos, Sandra Fidalgo questiona ainda as explicações que devem ser dadas aos oliveirenses. “Como se explica aos oliveirenses que votaram na atual maioria, que afinal a anterior maioria é que era competente?”, pergunta, preocupada ainda em explicar aos oliveirenses o “pântano em que está transformada a política em Oliveira do Hospital, por falta de coerência e verticalidade de alguns dos seus mais altos representantes a quem tanto faz envergar uma camisola ou outra”.

Em tempo de conjuntura, as críticas do PSD oliveirense estendem-se igualmente ao custo que um novo vereador vai representar para os cofres do município, numa altura em que “ao nível do quadro de pessoal, se pondera a não renovação de contratos e são chumbadas admissões de técnicos”.

“Será aceitável que a CMOH opte por aumentar a despesa de funcionamento interno?”, questiona a CPS, notando que “nunca um executivo teve tantos vereadores a tempo inteiro”. No ar ficou ainda a pergunta: “quanto custa, aos oliveirenses, um executivo com três vereadores a tempo inteiro?”.

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