Não há margem para dúvidas. O povo de Oliveira do Hospital deposita total confiança em José Carlos Alexandrino. Prova disso foi a vitória “surpreendente” alcançada nas eleições autárquicas deste domingo, com o candidato a conquistar uma maioria absoluta na eleição para a Câmara Municipal sob a bandeira do PS.
Pouco se enganaram os agora reconduzidos presidentes de Câmara e de Assembleia Municipal quando, em período de campanha, ousaram antever uma “maioria confortável” e até mesmo uma “maioria absolutíssima”. Os resultados das eleições autárquicas no concelho, realizadas este domingo, foram arrebatadoras, com José Carlos Alexandrino a ser reconduzido no cargo de presidente com um total de 8268 votos e assegurando no executivo a presença de mais cinco elementos do Partido Socialista.
No conjunto, foram seis os mandatos que os socialistas elegeram para o futuro executivo municipal que, apenas vai contar com um vereador da oposição. Cristina Oliveira, a candidata do PSD à Câmara, é o nome de que se fala, depois de nestas eleições autárquicas ter saído derrotada, alcançando apenas 2643 votos. Defraudadas ficaram ainda as expectativas do candidato do CDS-PP à Câmara Municipal, José Vasco Campos, que ao conseguir apenas 481 votos não cumpre o objetivo de marcar presença no próximo executivo municipal. O pior resultado pertence à CDU que na candidatura à Câmara se ficou pelos 309 votos.
No que à Assembleia Municipal diz respeito, o candidato socialista António Lopes arrebatou a votação, conseguindo um total de 7487 votos, contra os 2776 votos do PSD, 652 do CDS-PP e 394 da CDU.
A vitória dos socialistas sentiu-se ainda nas Assembleias de Freguesia, com o PS a vencer as juntas de Avô, Aldeia das Dez, Alvôco de Várzeas, União de Freguesias de Penalva e S. Sebastião, S. Gião, Santa Ovaia e Vila Pouca, Oliveira do Hospital e S. Paio de Gramaços, Nogueira do Cravo, Bobadela, Lourosa, Lagares da Beira, Ervedal e Vila Franca e Seixo da Beira. Os movimentos independentes venceram em Travanca de Lagos e na União de Lagos e Lajeosa. A CDU voltou a vencer em Meruge. O PSD não venceu em nenhuma Junta de Freguesia.
Resultados que levam o reconduzido presidente a falar de uma “vitória surpreendente que ultrapassa todas as fronteiras” que demonstra que o povo percebeu “perfeitamente” o caminho que tem vindo a trilhar. Do mesmo modo José Carlos Alexandrino interpreta o resultado obtido como uma resposta que os oliveirenses souberam dar a uma campanha feita à base da calúnia e com muita intriga”. “As pessoas responderam que não é esse o caminho”, referiu, na certeza também de que um “fator decisivo” foi o facto de a candidatura do PSD ter “pessoas que não pertenciam a Oliveira do Hospital e que tinham prejudicado o concelho com decisões políticas”.
A pensar nas pessoas com o compromisso de que “não haverá oliveirenses de primeira e oliveirenses de segunda”, Alexandrino garante que tem pela frente um programa “desafiante, mas também muito realista”. Prevista está, como referiu, uma reestruturação financeira do município e a requalificação da zona histórica, bem como a reivindicação pela conclusão do IC6 e IC7, defesa da ESTGOH e da FAAD com a preocupação de encontrar uma solução para um adequado serviço de urgências. Objetivos que se propõe cumprir numa altura em que está “melhor preparado” e rodeado de uma “equipa jovem”.
Satisfeito pelo resultado alcançado, o reconduzido presidente admite estar perante uma responsabilidade acrescida porque “deixa de haver o debate interno que haveria se existisse outra representação”. “De qualquer maneira funcionou a democracia e o respeito pelas pessoas”, comentou Alexandrino, que relativamente ao resultado nas freguesias chega à constatação de que o PS “tem realmente os melhores”.
Grande derrotada nestas eleições, a candidata do PSD à Câmara Municipal de Oliveira do Hospital revelou-se defraudada naquilo que eram as suas expectativas iniciais.
“As pessoas não acreditaram que esta candidatura podia mudar o concelho. Fizeram as suas opções”, comentou Cristina Oliveira que respeitando os resultados – “em democracia é assim e já dei os parabéns ao meu principal adversário”, frisou – assegurou estar “de bem” consigo e de “consciência tranquila de tudo ter feito a bem da democracia neste concelho”. Pese embora o resultado, Cristina Oliveira garante assumir o seu lugar de vereadora da oposição na Câmara Municipal.
Apesar de não ter conseguido alcançar o almejado lugar no executivo, José Vasco de Campos compara o resultado obtido ao que o CDS-PP alcançou há oito anos, percebendo porém que na presente eleição, “houve uma penalização dos partidos do governo” e que a vitória para a Câmara foi mais de “José Carlos Alexandrino do que propriamente do PS”. Motivo de satisfação para o centrista foi “o resultado muito próximo da vitória em Alvôco”, a eleição de Luís Lagos para a Assembleia e de outros membros em algumas Juntas de Freguesia. Para os próximos quatro anos fica a garantia de os eleitos pelos CDS-PP “continuarem a intervir para defender o concelho, a nossa terra e as nossas gentes”.
A sair de um ato eleitoral em que se estreou como cabeça de lista à Câmara, José Vasco de Campos assegura repetir o feito em 2017. “Independentemente das posições e do partido, vou ser candidato daqui a quatro anos e grande parte da minha equipa também”, sustentou.
As eleições deste domingo foram participadas por 12 579 oliveirenses. A abstenção situou-se nos 44 por cento, superando a registada em 2009 que se situou nos 26 por cento.