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LAR, DOCE LAR

Começam a ser raras as pessoas que não passaram por uma experiência deste tipo ou que não conheçam alguém que já tenha passado por uma situação destas. Tais factos fazem-nos repensar constantemente a nossa segurança e, talvez sem estarmos muito conscientes desse facto, começamos naturalmente a passar mais tempo nas nossas casas para nos protegermos.

Se juntarmos a esses factos a crise e o desenvolvimento tecnológico, traduzido em internet mais rápida, centenas de canais televisivos, centenas de filmes disponíveis online, o desenvolvimento das redes sociais e uma infinidade de outros aspectos… talvez estejam reunidas as condições para nos sentirmos verdadeiramente bem nas nossas casas sem termos de sair para nos distrairmos.

Todas estas mudanças ao nível social fazem certamente com que as empresas tenham de repensar os seus negócios de forma a ir de encontro a esta nova realidade.

No entanto, a reacção das empresas a estas alterações sociais faz-me relembrar a seguinte história: um dia, um bezerro precisou de atravessar uma floresta para voltar para o seu pasto. Sendo animal irracional, abriu uma trilha tortuosa, cheia de curvas, subindo e descendo colinas. No dia seguinte, um cão que passava por ali usou essa mesma trilha torta para atravessar a floresta. Depois de tanto uso, a trilha acabou por ficar um caminho onde os pobres animais carregavam com cargas pesadas, sendo obrigados a percorrer em três horas uma distância que poderia ser feita numa hora, caso a trilha não tivesse sido aberta pelo bezerro. Muitos anos passaram e o caminho tornou-se a rua principal de uma vila e, posteriormente, a avenida principal de uma cidade, passando a transitar diariamente nessa via milhares de pessoas, seguindo a mesma trilha torta feita pelo bezerro há muito tempo atrás.

Esta história serve para alertar para o facto de que muitas empresas continuam a seguir o mesmo caminho que percorrem há dezenas de anos e não repararam que precisam de alterá-lo em função das novas tendências sociais. A verdade é que o comportamento do ser humano foi sofrendo, com o passar dos tempos, alterações radicais e as marcas que quiserem sobreviver no mercado devem estar atentas e ajustar-se a todas essas mudanças.

Como já foi anteriormente referido, uma das tendências sociais que caracteriza, hoje em dia, o comportamento humano denomina-se por casulismo ou cocooning e traduz-se no facto de as pessoas, cada vez mais, permanecerem nas suas casas, seja por motivos de insegurança, instabilidade emocional ou até por simples comodismo.

Mas, apesar de muitas empresas continuarem a percorrer sempre o mesmo caminho, a verdade é que muitas marcas já repensaram o seu negócio e começam a seguir caminhos nunca antes percorridos. Não é por acaso que surgem em Portugal as colecções de roupa designadas de homelover ou a súbita tendência para workshops de decoração, compra de máquinas de café ou pequenos barris de cerveja para poder beber um fino em casa.

Nesse sentido, alguns negócios foram repensados e começam a disponibilizar aos clientes a possibilidade de compras online e de serviços e entregas ao domicílio.

A verdade é que aos poucos começam a estar reunidas as condições para vermos com outros olhos a expressão lar, doce lar.

Cristela Bairrada
sugestao.fordoc@gmail.com
Associação Nacional de Jovens Formadores e Docentes (FORDOC)

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