A indicação foi feita pelo sargento-mor Lucénio Martins que, hoje, passa à reserva e deixa o comando interino daquela estrutura da guarda.
Os números não lhe permitem falar numa disparidade na criminalidade, mas Lucénio Martins, em entrevista ao Diário de Coimbra, verifica o aumento de uma determinada criminalidade – “não só aqui como em todo o país”, salvaguarda – contra o património. Refere-se, concretamente, ao furto que “teve uma tendência natural para crescer devido às razões sócio-económicas”.
Na área do destacamento, destaca os concelhos de Lousã e Oliveira do Hospital como sendo os mais problemáticos em matéria de criminalidade, fruto da sua urbanidade. E, no sentido oposto, dá os exemplos de Pampilhosa e Góis onde a criminalidade “é relativamente baixa”.
Quanto à dita criminalidade grave, o sargento-mor fala de uma ocorrência pontual e lembra que, por exemplo, o último homicídio na Lousã ocorreu há cerca de dois anos e nos outros concelhos há muito mais tempo. Refere-se ainda a outro tipo de criminalidade que pode ser considerada grave e, que tem vindo a aumentar. Inserem-se neste domínio, os furtos com uso de armas de fogo e violência, nomeadamente em bombas de combustível e estabelecimentos bancários.
Hoje “as pessoas mais facilmente denunciam uma infracção ambiental”
Na última entrevista ainda à frente do comando interino do Destacamento da Lousã, Martins sublinha o papel importante que tem vindo a ser desenvolvido pelos Grupos de Intervenção de Protecção e Socorro (GIPS) no primeiro combate aos incêndios.
“A maior parte das pessoas não se apercebe da sua intervenção, porque quando têm êxito não chega a existir incêndio”,realça o responsável que dá também como certo o aumento das denúncias dos crimes ambientais.
Clarificando que o aumento das denúncias não é sinónimo de aumento dos crimes, Lucénio Martins reconhece que “as próprias pessoas passaram a criar uma cultura ambiental que não existia antes e mais facilmente denunciam uma infracção”.
“Hoje existe maior número de infracções e contra-ordenações, não porque antigamente existissem menos, mas porque não eram denunciadas”, sustenta.
No momento de partida, o sargento-mor não ignora as dificuldades por que passou, num período em que a mensagem que procurou transmitir, aos cerca de 200 militares e civis que comandou, “foi essencialmente de que a guarda existe para ajudar as pessoas”.