O Movimento Associativo de Apoio às Vítimas dos Incêndio de Midões (MAAVIM) defendeu hoje que a grande falha na luta contra os incêndios está no lado da prevenção. Aquele movimento defende que se deve investir mais nesse aspecto. “De uma vez por todas, não podemos continuar a andar a remediar um problema que é mau para todo o país”, acusam, sublinhando que “este mês o país assiste a mais uma calamidade”, onde se notam os mesmos problemas do passado.
“São as comunicações, são as acções, é o auxílio à população, é a falta de meios, enfim muita desorganização que acaba em tragédia para o território e para as populações”, referem, insistindo também na necessidade de um inquérito aos incêndios de Outubro. “Continuamos a aguardar a abertura da comissão de inquérito aos incêndios de Outubro de 2017, depois do fecho do relatório dos incêndios de Pedrogão”, escrevem.
“Continuam a atirar a culpa para a frente. Continua a conversa de se ir analisar o que correu mal. Continua a desculpa de que são as condições climáticas. Enfim, continua a adiar-se o problema e a não se tomarem decisões de raiz”, insistem, sublinhando que a “agricultura e a floresta na zona Centro tem de ser apoiadas já e não após os incêndios”. “Pois são eles que mais podem prevenir os incêndios florestais”.
“Tudo é muito lento e depois a desertificação aumenta, sem se perceber bem porquê… Estamos a enfrentar ondas de calor que podem trazer novos episódios de incêndios de dimensões anormais e sem regras com aplicação prática, tudo é um barril de pólvora. Continuamos com um território devastado e que não foi apoiado, mesmo com tanta promessa do Governo.
“Lamentamos que o Governo e muitas das autarquias locais continuem a ignorar as famílias que ficaram sem a sua habitação e sem os seus bens, não lhes dando qualquer apoio. Lamentamos as autarquias que pediram dinheiro aos portugueses para as contas solidárias em 2017 e em 2022 ainda não o tenham utilizado para o fim para que foi pedido. Continuamos com milhares de lesados que nunca foram apoiados e que tinham direito aos apoios e ajudas anunciadas”, acusam, concluindo que houve outros que “tiveram ajudas e que o próprio Tribunal de Contas veio denunciar”.