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Mário Alves e José Carlos Alexandrino envolvem-se em confronto verbal

Em discussão estava o polémico tema da Escola do 1º Ciclo de Ensino Básico (1º CEB) de Senhor das Almas, que levou a que alguns encarregados de educação se deslocassem à sessão da AM desta sexta-feira.

Uma porta-voz dos pais dos alunos que frequentam aquele estabelecimento de ensino, usou da palavra para criticar todo o clima de indefinição que – no final deste ano lectivo – continua a pairar sobre o futuro daquela escola do 1º CEB, actualmente frequentada por 21 alunos.

No púlpito da AM, Maria Fernanda Costa frisou que os pais dos alunos de Senhor das Almas não aceitam a deslocação dos seus educandos para outras escolas e acusou o executivo camarário de “defraudar” a comunidade educativa local, porque – conforme observou – “ficaram por concretizar os compromissos que os autarcas, principalmente a Câmara Municipal, assumiram com a população” relativamente à requalificação da escola.

Fernanda Costa sublinhou também que a população local está “indignada”, já que a Carta Educativa, aprovada pela AM em 2008, “prevê o aumento desta escola com mais uma sala de aula e um refeitório que sirva, também, as crianças do jardim de infância local.

Perante esta intervenção, Mário Alves começou por se “fechar em copas”, e aconselhou os membros da AM e os encarregados de educação ali presentes a lerem a sua posição na acta da última reunião do executivo camarário, que ainda nem sequer está elaborada.

 

 Deputado do PS acusa presidente da Câmara de desrespeito pela Assembleia Municipal

Alegando não ter conhecimento da acta – o presidente da Junta de Freguesia da Lajeosa, Alberto Cadima, chegou a afirmar que a Câmara Municipal já não edita as actas na sua página de Internet “desde Abril” – o deputado municipal do PS, Carlos Mendes, insurgiu-se contra o silêncio do autarca do PSD e acusou-o “de falta de respeito” pela assembleia.

“O senhor presidente da Câmara tem que prestar provas (…) não admito que nós sejamos aqui tratados abaixo de cão. Isto é a negação total da democracia”, criticou aquele membro da AM.

Na óptica de José Carlos Alexandrino – o deputado municipal que nas autárquicas do próximo dia 11 de Outubro encabeça, como independente, a lista do PS à Câmara Municipal –, “neste momento só se devem fechar escolas quando o número de alunos for inferior a dez”.

Defendendo que a escola do 1º CEB de Senhor das Almas “deve continuar aberta”, Alexandrino criticou ainda o facto de a autarquia oliveirense não ter aproveitado os fundos comunitários disponíveis para a construção de centros escolares e salientou que o concelho “perdeu uma oportunidade única de fazer coisas diferentes”.

Mário Alves responsabiliza Agrupamento Brás Garcia de Mascarenhas

 Após esta intervenção, Mário Alves, que antes tinha preferido o silêncio, inverteu a estratégia e começou a imputar responsabilidades ao Agrupamento de Escolas Brás Garcia de Mascarenhas (AEBGM).

“A Câmara Municipal não criou problema nenhum (…) o problema é entre os encarregados de educação e o agrupamento”, afirmou o presidente da câmara, notando ainda que quem fez as leis foi o Governo. “Foi isto que eu disse em reunião de câmara… jamais a câmara se intromete em questões de ordem pedagógica”.

Garantindo nunca ter feito “promessas sobre a requalificação da escola” de Senhor das Almas, o chefe do executivo oliveirense insistiu na responsabilização do agrupamento e nas leis do ministério da Educação. “Não sou eu que faço alunos”, afirmou o autarca, para logo de seguida ouvir da mãe de um aluno que naquela escola até há “alunos a mais”.

Numa réplica às palavras do seu adversário nas próximas autárquicas, Alexandrino endureceu o discurso e acusou Alves de “mostrar claramente que tem alguns problemas e algumas incapacidades, porque senão tinha sido o primeiro a participar nas reuniões de pais”.

Recordando que a legislação sobre o encerramento das escolas com reduzido número de alunos resulta de uma lei dos Governos de Cavaco Silva –“o senhor sabe isso, mas omitiu-o”, frisou–, Alexandrino elevou o tom de voz para afirmar que “um presidente da Câmara que se preze não se pode desculpar com o presidente do agrupamento”. “O senhor é pelo conflito, não é pelo concelho”, sentenciou aquele deputado municipal eleito pelo PS, como independente, que também não se coibiu de afirmar que o “centro escolar de Oliveira do Hospital é um disparate”.

Salientando que a escola do 1º CEB de Senhor das Almas tem neste momento 21 alunos, mais 18 crianças no pré-escolar e, ainda, 8 alunos em idade de se matricularem no 1º ano, Maria Fernanda Costa esclareceu também que a escola de Nogueira do Cravo “não tem condições” para receber mais alunos porque “está sobrelotada”, e argumentou que o próprio presidente do AEBGM, Luís Ângelo, terá afirmado – numa reunião de pais – que se a câmara tivesse construído uma nova sala, hoje, não existiriam este tipo de problemas.

Alves preferiu entretanto não responder à questão em concreto da construção da nova sala – há alguns pais e construtores civis locais que já se disponibilizaram para realizar o investimento –, e virou-se contra José Carlos Alexandrino. “Ouvi aqui coisas que até me fazem transpirar”, disse o autarca do PSD, alegando que “é descaramento a mais” o seu adversário político ainda andar a invocar – passados tantos anos – os governos de Cavaco Silva.

 “O senhor é um crápula…” 

Acusando Alexandrino de ser um candidato com “um discurso enviesado em termos de pensamento político” e “um pensamento despesista” – “assim não sei onde vamos parar”, referiu –, Alves provocou um aumento de tensão na AM e o debate passou a ser uma espécie de “pingue-pongue” político entre os dois candidatos à cadeira do poder.

“Se está incomodado é porque não está tranquilo. Eu estou tranquilo, sou um homem livre, não sou um homem de partidos (…) se calhar foi por isso que em tempos o senhor me convidou para ser vereador pelo seu partido”, disse Alexandrino.

Alegando que não recebe “lições de democracia de ninguém”, Alves lamentou a “utilização de algumas escolas para fins políticos” e provocou a ira no candidato do PS, quando afirmou que nunca ninguém o pode acusar de ter desviado um tostão do erário público.

“Não sei se toda a gente pode dizer isso aqui”, disse o autarca do PSD.

“O senhor é um crápula. Não é capaz de concretizar”, afirmou José Carlos Alexandrino, sustentando que o presidente da câmara estava a lançar “insinuações” com “meias palavras” e “sem provas”, e exigindo-lhe  que provasse as polémicas afirmações.

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