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Aquela que se espera que seja a última feira a realizar no actual espaço, em pleno centro da cidade, contou hoje com a presença de funcionários da Câmara Municipal ...

Medição de áreas ocupadas pelos feirantes decorreu sob o olhar da GNR

…que munidos de papel, caneta e fita métrica, iam registando a área ocupada por cada um dos feirantes. A acção foi controlada de perto por vários elementos da GNR.

Depois de sucessivos adiamentos – a mudança esteve inicialmente prevista para o passado mês de Maio – a feira mensal voltou a realizar-se no espaço habitual, nas proximidades do mercado municipal, corporação de bombeiros, posto da GNR, superfície comercial e Avenida Dr. Carlos Campos. A ocupação do novo recinto deveria ter acontecido nesta segunda-feira, 14 de Julho, mas alegadas complicações na atribuição dos espaços terá levado a mais um adiamento.

A área a ocupar pelos feirantes foi apontada como o principal motivo da discórdia, razão pela qual, a autarquia decidiu avançar com a medição das áreas ocupadas no actual espaço. Às primeiras horas da manhã o processo decorria com normalidade sob o olhar dos militares da GNR.

Mudança em Agosto não agrada

“Houve lá rebuliço e jogaram ao barulho, mas eu já lá não estava”, contou ao correiodabeiraserra.com um feirante de etnia cigana que, referindo-se aos episódios ocorridos a semana passada, preferiu não se identificar com receio de represálias, acrescentando no entanto que com ele tudo correu bem e até já tinha o lugar atribuído.

“Eu cá não gosto de barulho”, salvaguardou o vendedor de artigos têxteis que até esperava que a feira de hoje se realizasse no novo espaço. “Primeiro deram-me a expedição do lugar e depois mandaram-me uma carta a dizer que ainda era aqui”, sustentou, ao mesmo tempo que se revelou descontente com o facto de a principal feira do ano – em Agosto o negócio melhora com a chegada de emigrantes – se realizar “lá em baixo”. “Preferia que fosse aqui. Lá em baixo é muito longe”, disse a esposa do feirante que está consciente de que “com a mudança de sítio a feira vai perder muita clientela”.

Vizinhos no negócio do talho, dois vendedores chegaram a dizer ao correiodabeiraserra.com que estão a ponderar nem estrear os novos espaços. Apontam o aumento para o “quádruplo” do valor que pagavam por semestre – até aqui o montante ficava-se pelos 25 Euros, como explicaram – como o principal motivo de descontentamento, mas também salvaguardam que “não é muito em comparação com o que cobram outras câmaras municipais”. “Se vendêssemos alguma coisa compensava o que vamos pagar, mas assim não dá”, referiram unânimes, chegando à constatação de que “isto está arrumado”, embora tenham noção de que o novo espaço está dotado de “todas as condições”.

Não acreditam é que com a mudança, a clientela venha a baixar porque – como disse um dos feirantes numa altura em que se encontrava sem clientes – “quem vem aqui, também vai lá em baixo”. Cenário inverso era o que se verificava mesmo ao lado naquela que é a mais concorrida tenda de comes e bebes, onde o excesso de movimento impediu o diálogo com o responsável. Note-se que é sobretudo a este tipo de feirantes que o novo espaço vai privilegiar já que está dotado de água canalizada, electricidade e sistema de escoamento de águas residuais.

Do lado dos vendedores do calçado, cestaria, vestuário e têxteis o que mais os agrada no novo espaço é o fim das poeiras em dias de vento e das lamas em dias de chuva. “Já lá devíamos estar em baixo há muito tempo”, referiu um comerciante, revelando-se descontente com os adiamentos e com o facto de a mudança estar prevista para Agosto.

Têm noção de que a primeira feira no novo recinto vai gerar muito confusão e um feirante chega a antever “paulada da grossa entre a GNR e elementos de etnia cigana”. “Se fosse eu a mandar nisto não era nada assim porque eu dizia: é este o seu lugar, se quer, quer, se não quer arrume as coisinhas e vá-se embora”, referiu um vendedor de vestuário, revelando-se desagradado com o “excesso de liberdade que dão a certos feirantes”.

Note-se que todos os feirantes contactados pelo correiodabeiraserra.com solicitaram o anonimato com receio de represálias, chegando até a desconfiar que estavam a falar com elementos da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE).

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