Os médicos da Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP) de Oliveira do Hospital manifestaram-se na quarta-feira, através de carta aberta, indisponíveis para assegurar o funcionamento do Serviço de Atendimento Permanente (SAP) do Centro de Saúde a partir de segunda-feira. No documento enviado ao ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, ao presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Centro, José Tereso, e ao presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital, entre outras entidades, os médicos alertam para a “situação insustentável que actualmente se vive” no SAP.
“Funciona como um Serviço de Urgência Básico, aberto 24 horas por dia e 365 dias por ano, e apenas é assegurado actualmente por quatro médicos da UCSP de Oliveira do Hospital, para o total de 42 horas por semana de trabalho em urgência – e mais algumas horas de outros três médicos – apesar de estarem dispensados destas funções pela idade”, afirmam.
Os seis profissionais que subscrevem o documento sublinham que é impossível preencher a escala ” havendo a necessidade de se proceder a turnos de permanência do mesmo médico durante 24 horas seguidas”, um problema registado “nomeadamente desde o início” deste ano. “Esta situação decorre do incumprimento dos turnos atribuídos a uma empresa de subcontratação médica e da escassez dos recursos humanos da UCSP”, referem, explicando que tais factos “estão a originar a exaustão dos profissionais de saúde, podendo pôr em causa a sua própria saúde, a segurança dos utentes e aumentando a probabilidade de erro médico”.
Os profissionais terminam a missiva afirmando que, “apesar dos inúmeros avisos realizados às entidades competentes”, não obtiveram até à data qualquer resposta. Assim, continuam, será impossível “assegurar o funcionamento do serviço SAP a partir de 11 de Janeiro [segunda-feira]”.