Home - Opinião - Mercantilização da Saúde no “mercado” das Vacinas anti Covid é já a – trágica e escandalosa – mercantilização da Vida! Autor: João Dinis

Mercantilização da Saúde no “mercado” das Vacinas anti Covid é já a – trágica e escandalosa – mercantilização da Vida! Autor: João Dinis

Ou, eis “o sistema” no seu pior:- grandes potências, como a Inglaterra, a açambarcarem Vacinas anti Covid e a deixarem “os restos” para os países mais vulneráveis como Portugal !

Na Bolsa, aumentaram, e muito, os lucros dos grandes multinacionais Farmacêuticas…

Até antes da pandemia covidiana, o nosso “alvo” deste tipo de crítica, eram os “traficantes da morte” – os principais agentes e maiores lucradores com a indústria do armamento que, para isso mesmo, fomentam guerras e levam a morte um pouco por todo o Planeta.

Agora, na “guerra” global provocada pela pandemia covidiana, surgiram já os “traficantes da Vida” – os principais agentes, públicos e privados, e maiores lucradores com a situação da produção, comercialização e utilização das Vacinas anti Covid.

O escândalo, mais um dentro da tragédia e do drama colectivos, fica evidente com esta “guerra” declarada entre a União Europeia, por um lado, e uma grande farmacêutica, por outro, que terá vendido Vacinas à Comissão Europeia e que, agora, ameaça retardar, bastante, os fornecimentos já contratados bi-lateralmente com a União Europeia (UE).

No aperto com a falta de Vacinas, a Comissão Europeia ameaça até com a proibição das exportações, para fora da União Europeia, das Vacinas produzidas dentro da UE (na Bélgica) pela tal grande farmacêutica.

Terá sido o governo da Inglaterra, agora fora da UE, a interferir no “negócio” para açambarcar as Vacinas em causa para uso interno e, nisso, chega a invocar, inclusivamente, a “segurança nacional de Inglaterra” para assim proceder e para nem sequer informar a UE acerca de certos elementos do tal “negócio”.  Ou seja, o governo Inglês “pirateia” o fornecimento dessas Vacinas anti Covid, aliás na linha da pior tradição “very british” (muito Britânica) da pirataria “de Estado”.  São Vacinas que, entretanto,  fazem falta a outros países e em que a Comissão Europeia até já contratualizou o respectivo fornecimento.

Pois, assinale-se que, na base deste “sistema”, está a mercantilização da vida no caso consubstanciada na mercantilização das Vacinas anti Covid assim como se estas sejam “peças de máquinas de lavar” ou “peças de automóvel”… Um vergonhoso e trágico escândalo que é a imagem “de marca” do sistema dominante em que tudo pode ser mercantilizado e, no caso, desde logo a Saúde e a Vida !

Refira-se que também a Alemanha açambarcou Vacinas deste tipo ao comprá-las à margem da compra conjunta feita pela Comissão Europeia.

– Governo – Presidente da República – Assembleia da República — É necessário :

– Diversificar a compra de Vacinas e recuperar o direito à decisão nacional nesta matéria !

 Vive-se mais uma situação complicada em consequência da forma desastrada

como em Portugal e na União Europeia se tem feito a gestão da pandemia.

A chamada 3ª vaga do Covid está a comprometer a Saúde, a Paciência, a Economia, a Vida.        Em Portugal, após o 10º “Estado de Emergência “ em menos de 11 meses, o que prova o erro estratégico que é pôr toda a prioridade oficial /institucional  nos “Estados de Emergência” carregados de restrições a liberdades e direitos individuais e colectivos, em vez de se concretizar múltiplas medidas práticas de emergência sanitária, social e económica.

A trágica e dramática experiência que temos vivido, recomenda fortemente que se mude de prioridade no atacar da doença pandémica.  Temos dito e não nos cansamos de repetir que “só” a vacinação em massa pode controlar e anular a epidemia ou seja, vacinar deve ter toda a prioridade institucional e seja a nível do Governo, seja do Presidente da República e da Assembleia da República, seja da própria União Europeia.

Como acaba de se provar com esta “guerra” pelas Vacinas, também ressalta a efectiva falta de solidariedade entre os principais protagonistas – dos Estado aos seus respectivos governantes de topo.

Importa pois diversificar – urgentemente – a compra das Vacinas, e há já pelo menos meia dúzia disponíveis.  No contexto, importa também que Portugal recupere o direito a decisão nacional nesta matéria, também para não ficar à mercê dos percalços sofridos com as decisões de compra conjunta tomadas pela Comissão Europeia.

Governo Português –  Presidente da República –  Assembleia da República –  União Europeia

Devem dizer-nos qual é a  estratégia que têm face à hipótese das Vacinas de uma só toma !

Perante a pressão brutal da pandemia, perante as complicações no abastecimento e utilização das Vacinas de duas tomas, é incontornável enfrentar a hipótese da opção colectiva pelas Vacinas de UMA  SÓ  TOMA .

É que, e como é óbvio, Vacinas de UMA  SÓ  TOMA, desde que homologadas oficialmente, permitirão acelerar, para mais do dobro, o actual ritmo de Vacinação e o número de Vacinados.

VACINA DE  UMA  SÓ  TOMA também significa, objectivamente, — uma só ida à “picadela” – Utentes uma só vez dentro do Serviço Nacional de Saúde para este efeito da Vacinação –  um só frasco – uma só agulha – uma só seringa (que devem ser descartáveis) – menos de metade do tempo com Vacinas em (muito) frio e em transportes – menos “desperdício” em doses de Vacinas – mais eficácia –  mais rápida imunização das Populações que é o superior objectivo sanitário no combate à pandemia.

Portanto, de nossa parte não nos cansamos em perguntar aos principais governantes qual é a estratégia nacional perante uma tão fundamental necessidade.

E não nos deixamos intimidar pela autêntica chantagem emocional e política que, publicamente e no contexto dos efeitos da pandemia, tem sido feita e acentuada pelo Governo e em especial pela Ministra da Saúde para tentar remeter-nos a silêncios, mais ou menos cúmplices, de vários erros oficiais cometidos na gestão da situação com a pandemia.

Sim, de nossa parte, nem um segundo nos calaremos !

29 de Janeiro 2021

João Dinis, Jano

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