Ou, eis “o sistema” no seu pior:- grandes potências, como a Inglaterra, a açambarcarem Vacinas anti Covid e a deixarem “os restos” para os países mais vulneráveis como Portugal !
Na Bolsa, aumentaram, e muito, os lucros dos grandes multinacionais Farmacêuticas…
Até antes da pandemia covidiana, o nosso “alvo” deste tipo de crítica, eram os “traficantes da morte” – os principais agentes e maiores lucradores com a indústria do armamento que, para isso mesmo, fomentam guerras e levam a morte um pouco por todo o Planeta.
Agora, na “guerra” global provocada pela pandemia covidiana, surgiram já os “traficantes da Vida” – os principais agentes, públicos e privados, e maiores lucradores com a situação da produção, comercialização e utilização das Vacinas anti Covid.
O escândalo, mais um dentro da tragédia e do drama colectivos, fica evidente com esta “guerra” declarada entre a União Europeia, por um lado, e uma grande farmacêutica, por outro, que terá vendido Vacinas à Comissão Europeia e que, agora, ameaça retardar, bastante, os fornecimentos já contratados bi-lateralmente com a União Europeia (UE).
No aperto com a falta de Vacinas, a Comissão Europeia ameaça até com a proibição das exportações, para fora da União Europeia, das Vacinas produzidas dentro da UE (na Bélgica) pela tal grande farmacêutica.
Terá sido o governo da Inglaterra, agora fora da UE, a interferir no “negócio” para açambarcar as Vacinas em causa para uso interno e, nisso, chega a invocar, inclusivamente, a “segurança nacional de Inglaterra” para assim proceder e para nem sequer informar a UE acerca de certos elementos do tal “negócio”. Ou seja, o governo Inglês “pirateia” o fornecimento dessas Vacinas anti Covid, aliás na linha da pior tradição “very british” (muito Britânica) da pirataria “de Estado”. São Vacinas que, entretanto, fazem falta a outros países e em que a Comissão Europeia até já contratualizou o respectivo fornecimento.
Pois, assinale-se que, na base deste “sistema”, está a mercantilização da vida no caso consubstanciada na mercantilização das Vacinas anti Covid assim como se estas sejam “peças de máquinas de lavar” ou “peças de automóvel”… Um vergonhoso e trágico escândalo que é a imagem “de marca” do sistema dominante em que tudo pode ser mercantilizado e, no caso, desde logo a Saúde e a Vida !
Refira-se que também a Alemanha açambarcou Vacinas deste tipo ao comprá-las à margem da compra conjunta feita pela Comissão Europeia.
– Governo – Presidente da República – Assembleia da República — É necessário :
– Diversificar a compra de Vacinas e recuperar o direito à decisão nacional nesta matéria !
Vive-se mais uma situação complicada em consequência da forma desastrada
como em Portugal e na União Europeia se tem feito a gestão da pandemia.
A chamada 3ª vaga do Covid está a comprometer a Saúde, a Paciência, a Economia, a Vida. Em Portugal, após o 10º “Estado de Emergência “ em menos de 11 meses, o que prova o erro estratégico que é pôr toda a prioridade oficial /institucional nos “Estados de Emergência” carregados de restrições a liberdades e direitos individuais e colectivos, em vez de se concretizar múltiplas medidas práticas de emergência sanitária, social e económica.
A trágica e dramática experiência que temos vivido, recomenda fortemente que se mude de prioridade no atacar da doença pandémica. Temos dito e não nos cansamos de repetir que “só” a vacinação em massa pode controlar e anular a epidemia ou seja, vacinar deve ter toda a prioridade institucional e seja a nível do Governo, seja do Presidente da República e da Assembleia da República, seja da própria União Europeia.
Como acaba de se provar com esta “guerra” pelas Vacinas, também ressalta a efectiva falta de solidariedade entre os principais protagonistas – dos Estado aos seus respectivos governantes de topo.
Importa pois diversificar – urgentemente – a compra das Vacinas, e há já pelo menos meia dúzia disponíveis. No contexto, importa também que Portugal recupere o direito a decisão nacional nesta matéria, também para não ficar à mercê dos percalços sofridos com as decisões de compra conjunta tomadas pela Comissão Europeia.
Governo Português – Presidente da República – Assembleia da República – União Europeia
Devem dizer-nos qual é a estratégia que têm face à hipótese das Vacinas de uma só toma !
Perante a pressão brutal da pandemia, perante as complicações no abastecimento e utilização das Vacinas de duas tomas, é incontornável enfrentar a hipótese da opção colectiva pelas Vacinas de UMA SÓ TOMA .
É que, e como é óbvio, Vacinas de UMA SÓ TOMA, desde que homologadas oficialmente, permitirão acelerar, para mais do dobro, o actual ritmo de Vacinação e o número de Vacinados.
VACINA DE UMA SÓ TOMA também significa, objectivamente, — uma só ida à “picadela” – Utentes uma só vez dentro do Serviço Nacional de Saúde para este efeito da Vacinação – um só frasco – uma só agulha – uma só seringa (que devem ser descartáveis) – menos de metade do tempo com Vacinas em (muito) frio e em transportes – menos “desperdício” em doses de Vacinas – mais eficácia – mais rápida imunização das Populações que é o superior objectivo sanitário no combate à pandemia.
Portanto, de nossa parte não nos cansamos em perguntar aos principais governantes qual é a estratégia nacional perante uma tão fundamental necessidade.
E não nos deixamos intimidar pela autêntica chantagem emocional e política que, publicamente e no contexto dos efeitos da pandemia, tem sido feita e acentuada pelo Governo e em especial pela Ministra da Saúde para tentar remeter-nos a silêncios, mais ou menos cúmplices, de vários erros oficiais cometidos na gestão da situação com a pandemia.
Sim, de nossa parte, nem um segundo nos calaremos !
29 de Janeiro 2021
João Dinis, Jano