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Minimercados resistem às grandes superfícies em Celorico da Beira 

Contam-se pelos dedos os minimercados que pelas vilas do interior ainda resistem ao ataque feroz das grandes superfícies. Mas há quem não só lute como invista em novos serviços, aposte na qualidade e mesmo em campanhas que conseguem combater os preços praticados pelas grandes empresas de distribuição. Esse tem sido o lema de dois empresários do ramo em Celorico da Beira. Nenhum deles teme os três hipermercados que se instalaram na vila. 

“A grande diferença é que eles têm um marketing muito agressivo que na maior parte das vezes acaba por induzir o cliente em erro”, conta Isabel Cunha que há cerca de dois meses adquiriu uma mercearia que estava à venda bem no centro de Celorico da Beira. Jonatas Rodrigues partilha da opinião daquela empresária e também ele comemorou há dois anos a inauguração do novo espaço para onde transferiu o seu talho e minimercado. Isto numa altura em que era do conhecimento público que uma terceira grande superfície estava a caminho do concelho.

“A concorrência é saudável e desde que abri esta nova loja os meus clientes não me procuram só pelos preços competitivos, mas fundamentalmente pela qualidade”, frisa o empresário que, além, da nova superfície também teve de enfrentar, pouco depois de inaugurar as novas instalações, a COVID-19. “No início até acabou por não se revelar muito negativa para o negócio. Pelo contrário. Como existia um grande desconhecimento sobre a pandemia, muita gente preferia vir aqui do que se deslocar a uma grande superfície, onde existia um maior aglomerado de gente. Isso até permitiu fidelizar alguns clientes”, explica Jonatas Rodrigues que apostou em tudo o que a DGS recomendou para garantir a segurança dos clientes. “Foi mais um investimento, mas muito importante para quem nos visita”, frisa.

Estes dois empresários consideram ainda que a ideia de que as grandes superfícies têm melhores preços não passa de um mito criado por uma publicidade agressiva. Asseguram que têm dificuldades em negociar com os fornecedores, mas vão conseguindo. “Leite, produtos de limpeza, shampoo ou iogurtes, por exemplo, temos preços até mais baixos”, confessa Jonatas Rodrigues, uma ideia partilhada por Isabel Cunha – o CBS, de resto, conferiu que há mesmo preços mais baixos em alguns produtos nestas pequenas mercearias. 

Jonatas Rodrigues salienta ainda que em termos de talho não consegue combater os preços dos hipermercados, mas também diz não admitir que comparem as características dos produtos. “Os preços deles são impossíveis de superar, mas eles também não conseguem a nossa qualidade”, frisa. “A grande diferença está no marketing agressivo e em determinadas campanhas que realmente permitem poupar”, enfatiza, por seu lado, Isabel Cunha que se prepara para investir na remodelação do estabelecimento. “Refrescar a imagem”, sublinha. 

Estes empresários consideram ainda que têm uma grande vantagem sobre as grandes superfícies: conhecer cada um dos clientes e quais as suas necessidades, o que mais gostam. “E se for necessário a entrega é feita em casa. É claro que só o pequeno comércio pode oferecer estes mimos. As pessoas para nós não são números”, continua Isabel Cunha. “E isto é muito importante quando temos uma população tão envelhecida”.

Curiosamente, ambos os empresários partilham da opinião que o pequeno comércio tradicional tem futuro e capacidade de se expandir. “As pessoas cada vez dão mais valor a pequenos pormenores que só nós lhes podemos oferecer. Temos de manter a essência do comércio local, mas ao mesmo tempo inovar”, conta Jonatas Rodrigues que tem apostado nas novas tecnologias, como a comunicação que estabelece com os seus clientes nas redes sociais. “O futuro é isto e não tenho dúvidas que as mercearias ou minimercados, como lhe queira chamar, tem tudo para prosperar”, remata.

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