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Ministérios. Autor: Fernando Roldão

Eu presto pouca atenção aos discursos dos políticos, pois são repetitivos e pouco proveitosos, para além do facto de serem extremamente enjoativos.

Cada vez que oiço um membro do governo a falar, lembro-me de uma expressão muito antiga: “Olha com quem eu casei a minha filha”.

Este fenómeno aplica-se aos portugueses, pois foram obrigados a casar com quem nunca deveriam, sequer, ter namorado, tornando o divórcio difícil ou impossível.

A relação deste casamento é doentia, onde não existe fidelidade, verdade e dedicação.

O povo na sua sabedoria empírica, diz muita coisa acertada, mas não consegue pô-las em prática, como por exemplo, “antes que cases, vê o que fazes”.

O caricato desta história é que, estão vendo as suas filhas sofrerem violência doméstica, nada fazem para os denunciar, julgar ou condenar.

Quem dorme com crianças acorda mijado, nada mais acertado, pois sentimos todos os dias o cheiro acre empestando o ambiente, só nos restando concluir que o povo está completamente encharcado em urina ideológica.

Os lençóis enxutos esgotaram, os colchões transbordam de mau cheiro e não há ninguém que inicie o julgamento destes predadores, já para não falar na limpeza que é preciso fazer às camas que nos têm andado a fazer há perto de 50 anos.

Relembro o episódio da ex ministra da agricultura, que estava a sentir-se incomodada de estar sentada num luxuoso gabinete sem produzir nada e então, para justificar o ordenado mínimo que não recebe, mas que devia receber, resolveu propor uma lei ao conselho de ministros limitando o número de animais domésticos.

Tudo em nome da defesa dos direitos dos animais, pois com as privações que os portugueses já passam, não lhes sobra dinheiro para dar de comer às manadas, rebanhos e cardumes que têm em casa.

O génio pensador da ministra e dos seus colaboradores chegou ao pormenor de limitar a quantidade de gatos e cães que podem coabitar com os donos.

Quem tem moscas não pode ter animais de nenhuma espécie, porque as moscas e as melgas são muito superiores ao número de animais permitidos nesta proposta de lei.

Portugal não teve fogos, nem morreram dezenas de pessoas, vítimas de incêndios,

logo, não faz sentido estar preocupada com esses óbitos, nem encontrar as soluções, para que no próximo ano haja menos incêndios e nenhuma morte.

No inverno quase não há fogos, por isso não vale a pena perder tempo a preparar soluções, depois, logo se prometem mais umas quantas medidas.

Então, para não estar inactiva, toca de legislar, não importa se bem ou mal.

Iremos ter outras limitações, a começar pela redução do número de relações sexuais para os preparar para uma futura lei, que limite a quantidade de filhos ou voltar a fechá-los em casa, em nome de uma qualquer gripe.

Talvez fosse uma ideia, para reduzir o défice, dar uma injecção letal a cada português que atingisse os 70 anos, assim poupariam os trocos que dão de esmola ao Zé.

O corte nas pensões seria radical, os gastos na saúde diminuiriam e surgiria um novo departamento governamental, dando emprego a uns quantos “boys”, especialistas na matéria, para satisfazer a clientela parasitária; Ministério do Turismo Fúnebre.

Este ministério já deveria estar a “trabalhar”, pois o aumento do número de óbitos em Portugal nestes últimos dois anos, justificaria a criação, dentro do ministério, de uma secretaria de estado, denominada Secretaria de Estado da Emigração Fúnebre.

O terror que promoveram através de uma campanha publicitária, exaustiva e massificada que se abateu sobre um país maioritariamente inculto e censurado, já justificava mais um ministro, um secretário, um subsecretário e uns quantos “diligentes” funcionários públicos, para gerir esta causa, o Ministério da Mentalização.

Ao ouvir o discurso do secretário-geral da ONU, “O mundo está a perder a corrida contra a crise climática, mas estou esperançoso por vossa causa. Têm sido implacáveis ao pedir contas aos decisores. Acho que me deram o discurso errado. Houve uma pequena confusão, peço desculpa”.

Não houve confusão com o discurso, mas sim a boca a fugir-lhe para a verdade.

Devia pedir desculpa àqueles, que por efeito dos seus discursos errados, ficaram sem familiares, sem proveitos e sobretudo sem esperança de vida melhor.

Quando um português diz que a vacina da gripe é obrigatória, está tudo dito em matéria de ministérios.

 

 

 

Autor: Fernando Roldão

Texto escrito pelo antigo acordo ortográfico

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