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Monumental! Autor: João Dinis

E se não for um “monumento” pelo menos parece sê-lo. Falamos de quê ou de quem? Olhe-se para a respectiva foto e arrisque-se um palpite…

Mais a sério, também é necessário saber ver a floresta e não apenas a árvore por maior ou mais velha que esta seja.

Aqui chegados, dizer que a “nossa” floresta está um desastre. O pinheiro está a ser dizimado por doenças (nemátodo) e pragas. A mimosa avança, à solta, por montes e vales. O eucalipto, que não tem culpa nenhuma enquanto árvore, continua a ser plantado indiscriminadamente. E, Verão a Verão, os incêndios florestais têm feito “o resto”…

Em consequência, vemos as encostas do Seia e do Mondego, também já do Alva, “no osso”, com afloramentos contínuos de granito, assim como se fossem chagas. E, mais ao longe, de igual forma estamos a ver, quase “nua”, a Serra da Estrela.

Isto indica que a erosão desmancha em poucos anos aquilo que os homens e a natureza construíram durante séculos de trabalho árduo, a fixar terras pelas encostas, a plantar e a fazer crescer árvores.

Ao mesmo tempo, em nome da “nossa” floresta – e “só” na região – são gastas centenas de milhares de euros do nosso dinheirinho público em acções supostamente de combate a isto e àquilo, de controlo disto e de mais aquilo, porém sem resultados visíveis e antes pelo contrário. Quem responde por esta bagunça? Quem é responsabilizado pelo mau uso do nosso dinheirinho público?

Ora, os vários Governos e a Câmara Municipal não podem continuar a negligenciar estes aspectos, afinal, da nossa vida quotidiana!

Estamos a falar de assuntos realmente estratégicos perante o presente e perante o futuro. Estamos a falar de Natureza, de Floresta, de Ambiente, de Recursos Naturais (solos e água; espécies autóctones), de Paisagem, de Qualidade de Vida! É! Não estamos para aqui a falar de questiúnculas mais ou menos politiqueiras…

O problema é que somos poucos a falar disso e ainda menos somos a agir. E também não será por sermos “letrados” que o assunto até já é de “conhecimento geral”. O problema é que “quem de direito” teima em assobiar para o lado enquanto o insustentável desgaste continua a comprometer o presente e o futuro.

Lembremos que a Assembleia Municipal de Oliveira do Hospital, há uns anos atrás, por proposta da CDU, recomendou à Câmara Municipal a criação de um “Provedor Municipal do Ambiente” enquanto entidade independente, mas, entretanto, o(s) Presidente(s) do Município ainda não quis(eram) consagrar – como é seu dever – essa deliberação da Assembleia Municipal o que, comprovadamente, tem sido “má” política.

As pedreiras são chagas do ambiente e da paisagem

Vejamos aquela lástima da pedreira, agora meio abandonada, junto à Ribeira do Cobral, entre Oliveira do Hospital e Lagares da Beira. Sim, olhemos para aquela enorme chaga feita por interesse económico muito discutível, durante anos a fio e que, agora, se escancara obscena.

É sabido que quem escarafunchou aquela crosta granítica – para dela extrair seu lucro – a deveria ter devidamente tapado. É mesmo uma imposição legal. Mas nada. Ao que parece, foram-se simplesmente embora ou suspenderam laboração e deixaram, nua e viva, a chaga que causaram. Ela lá está, a incomodar o ambiente, a paisagem e quem não anda neste mundo só para ver outros governarem-se, de qualquer maneira, à custa do nosso futuro mais colectivo.

E chagas idênticas a esta há por aí várias. Então, onde estão e que fazem os (ir)responsáveis pelo controlo destas coisas em que deve prevalecer o interesse público ?  Andam a dormir ou, então, andaram e andam “na engorda” ?!…

Uma vergonha !

janoentrev1Autor: João Dinis, Jano

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