António Almeida Santos, de 89 anos, morreu esta segunda-feira, em sua casa, em Oeiras, pouco antes das 00h00. Natural da aldeia de Cabeça, Seia, Almeida Santos foi um nome incontornável do Partido Socialista, tendo sido fundador do partido, onde ocupou o cargo de líder do partido e era actualmente presidente honorário. Foi ainda opositor ao Estado Novo ocupado e era pai da deputada recentemente eleita pelo circulo eleitoral da Guarda Maria Antónia Almeida Santos.
O presidente honorário do Partido Socialista sentiu-se mal após o jantar e foi ainda assistido na sua residência. Mas não resistiu. Completaria 90 anos no próximo mês e foi submetido por duas vezes a cirurgias cardiovasculares.
Almeida Santos licenciou-se em Direito na Universidade de Coimbra e exerceu advocacia em Lourenço Marques até 1974. Segundo o site oficial do Partido Socialista, Almeida Santos foi ministro da Coordenação Interterritorial, ministro da Comunicação Social, ministro da Justiça, ministro-adjunto do primeiro-ministro, ministro de Estado e ministro dos Assuntos Parlamentares, além de ter sido presidente da Assembleia da República.
O corpo do fundador do PS deverá estar em câmara ardente na Basílica da Estrela, em Lisboa, mas não haverá cerimónia religiosa, a pedido do próprio, adiantou a mesma fonte.
Nas últimas horas, têm-se sucedido as palavras, de tributo a Almeida Santos. O primeiro-ministro e líder do PS, António Costa, diz que partiu um “grande amigo” que “era das pessoas que nos levava a acreditar que havia vida eterna na terra”. “Era um miúdo quando comecei a ouvir Almeida Santos a falar na televisão e fez parte do meu crescimento e de toda a minha formação. É com profunda tristeza que o vejo partir”, afirmou. Jorge Coelho disse estar ” profundamente chocado com a morte de um grande, grande amigo, que deu tudo de si ao país e ao PS”.
O candidato presidencial Sampaio da Nóvoa destacou a “personalidade marcante do Portugal contemporâneo, fundador da nossa Democracia, combatente pela liberdade e por todos acarinhado como Presidente da Assembleia da República exemplar na sua forma de construir consensos e prestigiar o debate democrático”. Para a também candidata Maria de Belém, que suspendeu a campanha que será retomada após o funeral, diz que “o mundo não fica igual quando pessoas destas morrem”.
Marcelo Rebelo de Sousa, em declarações à SIC Notícias, por seu lado, salientou as qualidades de Almeida Santos como legislador e o “traço significativo de causas, pacificação e abertura política” que marcou o seu percurso de vida.
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