O “MUNDA, Movimento de Defesa do Rio Mondego” e a Associação Ambientalista AZU deixaram hoje um apelo a várias entidades, desde o secretário de Estado do Ambiente e da Energia, passando pelas Câmaras municipais de Nelas, Mangualde, Gouveia, Carregal do Sal, Santa Comba Dão, Oliveira do Hospital e Tábua, para acudirem “aos peixes e outras espécies que estão a morrer no Rio Mondego por falta de oxigénio, devido à poluição e à falta de caudais”.
“Como é sabido, a seca prolongada reduziu muito os caudais e as reservas hídricas também na bacia do Rio Mondego. Em consequência, a água praticamente deixou de ter corrente significativa e fica empoçada em trechos curtos e delimitados deste rio (e de outros)”, refere uma missiva da Munda, apontando concretamente as Caldas da Felgueira, uma instância turística e termal, onde este cenário é visível quer a montante quer a jusante da ponte que ali atravessa o Mondego e que liga os concelhos de Oliveira do Hospital e Nelas e distritos de Coimbra e Viseu.
“É aí muito visível a elevada concentração de poluição a pontos de a água ficar espessa e escura, mesmo malcheirosa… Um autêntico ‘nojo’!”, sublinham, adiantando que é “necessário drenar as águas empoçadas em especial as represadas”.
Os representantes daquele movimento, do qual faz parte o oliveirense João Dinis, lembram que uma visita realizada na quarta-feira expressamente para observar de perto este local – imediações da Ponte do Rio Mondego – Caldas da Felgueira – mostrou aquilo que classificam como um “o desastre ambiental”. “E está a alargar-se – já está a acontecer – com a mortandade de peixes e outras espécies da fauna ripícola aí existente. Desde logo, aos peixes de maior porte (barbos) que se acumulam e que acabam asfixiados muito provavelmente por falta de oxigénio na água empoçada ou represada ou por detritos que se lhes acumulem nas guelras. E se este desastre é já muito visível neste local, visível estará noutros locais idênticos ao longo do trajecto do Rio Mondego (médio e alto). Entretanto, ainda não é previsível o aumento significativo dos caudais em resultado da chuva”, sublinham.
Consideram, por isso, “necessário tomarem-se providências urgentes, antes que se precipite uma mortandade generalizada!”. “É necessário fazer drenar águas em especial as represadas, para garantir a oxigenação e assegurar a desintoxicação acelerada das espécies de peixes e outras! E necessário é combater com mais eficácia a poluição que dá cabo dos nossos Rios!”, enfatizam, deixando um apelo a todas as entidades: “Vamos acudir aos peixes do rio Mondego! Vamos drenar a água represada! Vamos acompanhar a situação com todo o cuidado e a maior prontidão!”.
Este movimento, além do referido secretário de Estado e autarquias, apelou também ao director da Administração de Região Hidrográfica do Centro (ARH) e à directora Regional do Centro do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) no sentido de realizarem uma intervenção que ajude a salvar a vida no Rio Mondego.