Home - Últimas - MP investiga suspeitas de fraude na reconstrução de casas que arderam em 2017

MP investiga suspeitas de fraude na reconstrução de casas que arderam em 2017

O Ministério Público (MP) está a investigar a reconstrução de casas que arderam nos incêndios de outubro de 2017 e que receberam o apoio do Estado por suspeitas de fraude. Foi a própria Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), segundo avança a TSF, que pediu à justiça para investigar.

A CCDRC recebeu 35 denúncias sobre a recuperação de moradias, que, segundo os queixosos, foram apoiadas pelo Estado, apesar destas não serem casas de primeira habitação. “Foram recebidas pela CCDRC 35 denúncias correspondentes a 30 processos de pedido de apoio (16 denúncias em 2018, 15 em 2019 e quatro em 2020)”, adianta o organismo, acrescentando que “foram encaminhadas para o MP cinco denúncias sobre processos de pedido de apoio, estando duas em fase de inquérito, pelo que se encontram em segredo de justiça”. De acordo com a CCDRC, grande parte das denúncias eram infundadas e só as que tinham mais fundamentação foram mandadas investigar por parte da justiça.

“As empreitadas a cargo da CCDRC estão concluídas. As oito situações em execução correspondem a sete obras de reconstrução a cargo dos beneficiários e a uma aquisição de nova habitação. A situação das sete obras a cargo dos beneficiários deve-se ao atraso dos beneficiários na demonstração das condições de elegibilidade. A aquisição de nova habitação está dependente da transmissão ao Estado do património ardido, a qual, administrativamente, se encontra em curso. Perspetiva-se que a grande maioria das obras em curso esteja concluída até final do corrente ano, apesar dos constrangimentos causados pela pandemia Covid-19”, refere a CCDRC.

Este organismo liderado por Isabel Damasceno, e que antes foi presidido por Ana Abrunhosa, antes desta ir para o Governo, faz um balanço positivo da execução do Programa de Apoio à Reconstrução de Habitação Permanente criado nos pós-fogo. A CCDRC considera que, “atendendo aos condicionamentos e aos constrangimentos em que decorreu todo o processo, não só em termos do necessário cuidado e acompanhamento que se prestou a todos os lesados, mas também em termos do rigor que era exigível”, o programa “concretizou os seus objetivos”.

O dia 15 outubro de 2017 foi considerado o pior daquele ano em termos de fogos. Os incêndios registados nessa data causaram 50 mortos e fizeram centenas de desalojados em toda a zona centro de Portugal. No total, arderam 1500 casas. As chamas afetaram mais de 500 empresas, que sofreram prejuízos de quase 300 milhões de euros.

LEIA TAMBÉM

Transumância 2024, os rebanhos de Gouveia sobem à Serra a partir de 9 de Junho

O Município de Gouveia apresentou hoje o calendário para 2024 com as propostas no âmbito …

Estudo revela subestimação dos valores de dependência dos polinizadores na agricultura e destaca a sua importância

Um estudo internacional conduzido por investigadores da Faculdade de Ciência e Tecnologia da Universidade de …