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Nabeiro recorda “pobreza e analfabetismo” da sua juventude no dia em que foi distinguido em Coimbra com o grau de doutor “honoris causa”

O empresário Rui Nabeiro recordou hoje, na Universidade de Coimbra (UC), “a pobreza e o analfabetismo” que grassavam em Campo Maior na sua juventude, ao ser distinguido com o grau de doutor “honoris causa” daquela instituição. Na Sala dos Capelos, perante o reitor da UC, Amílcar Falcão, que presidiu à cerimónia, e o claustro doutoral, o dono do grupo empresarial dos Cafés Delta manifestou-se “profundamente sensibilizado” com a homenagem.

Manuel Rui Azinhais Nabeiro, de 91 anos, expressou, no início do ritual académico, “a honra de ser doutorado” a título honorífico pela mais antiga universidade portuguesa, fundada pelo rei D. Dinis, em 1290. O candidato, prestes a receber das mãos do reitor as insígnias de doutor pela Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (FEUC), confessou que esta distinção “foi um sonho” que nunca lhe “passou pela cabeça” desde a infância, na vila de Campo Maior, no Alto Alentejo.

“O momento é de emoção. Revejo pessoas que marcaram a minha vida para sempre”, afirmou, com palavras de gratidão aos antepassados, especialmente os seus pais, e em geral à família, amigos, conterrâneos e trabalhadores do grupo Delta. A distinção hoje recebida será “um impulso feliz e generoso para continuar a minha já longa caminhada”, sublinhou.

As “desigualdades sociais e dificuldades” dos conterrâneos do Alto Alentejo, durante a ditadura de Salazar, na primeira metade do século XX, junto à fronteira com Espanha, então vigiada pelos carabineiros do general Franco, deram-lhe “uma imensa vontade de fazer algo diferente” para si e para os outros.

“Principalmente, ajudar as pessoas da minha terra e não só”, acentuou Rui Nabeiro. Recordando “a pobreza, o analfabetismo e a falta de assistência médica que imperavam” entre os vizinhos, na infância e na juventude, o novo doutor pela Universidade de Coimbra explicou que essa vivência veio a determinar o seu percurso de cidadão e empresário. “Sou um homem que sonho todos os dias em fazer algo de diferente”, disse.

No desfile tradicional que antecedeu a distinção, ao som da música da charamela, com os instrumentistas trajados a rigor, Rui Nabeiro foi acompanhado pela ministra da Coesão Territorial e professora da FEUC, Ana Abrunhosa, que o amparou na curta caminhada entre a Biblioteca Joanina e a Sala dos Capelos.

O elogio do apresentante (o “padrinho”, que não usa da palavra neste ritual), o catedrático jubilado Carlos Fortuna, coube a outra professora da FEUC, Margarida Mano, ex-vice-reitora da UC e antiga ministra da Educação, no segundo Governo (de breve duração) de Pedro Passos Coelho, em 2015.

 

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