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“Não aceitamos, nem reconhecemos os resultados falaciosos” das eleições para a JSD

Volvido praticamente um ano – as eleições, que reconduziram Carlos Veloso na presidência derrotando Nuno Caetano por 15 votos, ocorreram no dia 26 de Abril de 2008 – o Conselho de Jurisdição Nacional da JSD, que deveria ter emitido parecer nos três meses seguintes, não deu qualquer resposta ao pedido de impugnação do acto eleitoral, apresentado pelo militante Jorge Carvalho, onde denunciava, entre outros aspectos, a votação de militantes “sem capacidade activa” e “não inscritos” e, a inexistência de cadernos eleitorais que foram substituídos por listagens de militantes.

Nuno Filipe Miranda, Catarina Alexandra Lorenço, Fábio Martins e um quarto elemento, foram os nomes referenciados como tendo votado, sem que constassem na listagem de militantes. Também os nomes de Fábio Martins, João Ricardo Antunes, Rafael Borges e outros são citados, por – conforme se lê no pedido de impugnação – “terem sido contactados três a quatro semanas antes das eleições, com o propósito de se tornarem militantes”, com a agravante de na lista de militantes, a data de admissão remeter para 21 e 31 de Dezembro de 2007. No caso concreto, o jovem Gustavo Miguel Ribeiro, consta da respectiva ficha a admissão a 31 de Dezembro de 2007, constando contudo nos dados respeitantes ao BI, que o mesmo foi emitido em Março de 2008.

Para além de solicitar a nulidade das eleições – decorreram em simultâneo as eleições para a Comissão Política e mesa do Plenário de Secção de Oliveira do Hospital da JSD e Conselho Distrital da JSD de Coimbra – Jorge Carvalho pediu também ao Conselho de Jurisdição Nacional da JSD a inquirição de Gustavo Ribeiro, Rafael Borges, João Ricardo Antunes e Fábio Martins, bem como a abertura de processos disciplinares aos responsáveis e a repetição dos actos eleitorais.

“Triste exemplo para os mais jovens”

“De tudo assistimos neste acto inqualificável de demonstração de pouco respeito para com a estrutura partidária com as responsabilidades do PSD/JSD”, frisa o candidato derrotado Nuno Caetano, em comunicado enviado recentemente ao correiodabeiraserra.com, assegurando “não aceitar, nem reconhecer os resultados falaciosos” do que classifica de “inqualificável e pouco digno acto eleitoral”.

Considerando tratar-se de um “triste exemplo para os mais jovens” – “daí percebermos o porquê do afastamento e desconfiança, cada vez maior, da população mais jovem das estruturas partidárias”, sublinha – Nuno Caetano entende ser este o momento oportuno para dar conta da sua indignação, por verificar que o clima “desgasta o PSD /JSD e desmobiliza os jovens, inibindo-os de participar activamente na vida do partido”. É que, como adianta o autor do comunicado, a JSD local deveria, tendo em conta a sua responsabilidade nos actos eleitorais que se avizinham, ser um “órgão vivo, actuante e participativo”, mas ao invés disso “mantém-se com uma inércia preocupante”.

Em face dos contornos que revestiram as última eleições e da forma com que o assunto foi tratado pelo Conselho de Jurisdição Nacional da JSD, Nuno Caetano não deixa de tecer duras críticas aos jovens “cuja preocupação é agradar ao poder instalado e preservar o seu posto de trabalho”. “O jogo de interesses pessoais continua a dominar”, adianta o comunicado, onde Caetano considera “estranho” o comportamento do órgão nacional e “de outras estruturas exclusivamente preocupadas em silenciar ou ignorar tão gravosos factos”.

Caetano e a equipa que o acompanhou dizem não se rever “nestes processos”, chegando até a supor que “os órgãos não funcionam de acordo com as regras democráticas”.

Embora sem respostas, a equipa de Nuno Caetano não se dá por vencida e garante lutar “por todos os meios, dentro ou fora do partido, para que a verdade seja reposta e os condenáveis actos verificados no acto eleitoral sejam devidamente penalizados”.

Sublinhe-se que o pedido de impugnação apresentado por Jorge Carvalho, foi desde logo desvalorizado pelo então vice-presidente da JSD distrital, na altura presidente da mesa de voto, que ao correiodabeiraserra.com disse estar confiante de que o acto iria ser validado, por ter decorrido “dentro dos parâmetros mínimos da normalidade”, embora tivesse reconhecido que se houvesse alguma coisa a apontar, seria relacionada com a falta de caderno eleitoral. “Falei com os dois candidatos e não levantaram objecção nenhuma”, chegou a referir, acrescentando que até lhes mostrou o e-mail enviado pelo secretariado-geral a reconhecer as listas como oficiais.

Presidente da JSD já foi ouvido pelo Conselho de Jurisdição Nacional

 

Não disposto a tecer qualquer comentário, por se recusar a “alimentar qualquer tipo de polémica”, o presidente da JSD de Oliveira do Hospital disse ao correiodabeiraserra.com que as conclusões devem ser tiradas pelo Conselho de Jurisdição Nacional.

“Eu já fui ouvido pela Jurisdição”, referiu Carlos Veloso, lamentando porém a demora que se tem vindo a verificar na resolução desta questão. “Este atraso não é bom para ninguém, mas também não vou ser eu que vou pressionar”, sustentou Veloso, para quem a imagem da JSD de Oliveira do Hospital não está a ser afectada com a situação.

A aguardar pelo parecer do Conselho de Jurisdição Nacional, Carlos Veloso remete para essa altura uma posição oficial. Por agora, recusa responder ao que apelidou de “ataques pessoais”.

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