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“Não é à Câmara que compete ter medidas para minimizar os problemas decorrentes do encerramento de unidades industriais”

“Também não é à Câmara que compete ter medidas para minimizar os problemas decorrentes do encerramento de unidades industriais”, afirmou esta manhã Mário Alves em reunião pública do executivo, onde o assunto do encerramento da HBC Confecções foi colocado em cima da mesa pela mão do socialista José Ribeiro de Almeida.

Na opinião do autarca oliveirense não vale a pena seguir-se o exemplo da avestruz e colocar a cabeça na areia, porque “os problemas existem e quem tem responsabilidades para os resolver, deve resolvê-los”.

“Não é a autarquia”, asseverou, explicando que a Câmara nada mais tem que fazer a não ser “articular-se com o Governo no sentido de tentar influenciar para que se encontrem soluções para minimizar os problemas”.

Mário Alves responsabilizou a globalização dos mercados pelo cenário de encerramentos que se tem vindo a verificar. “O fecho das unidades não tem tanto a ver com a situação financeira das empresas, mas com a falta de encomendas”, sustentou. Para o autarca, a resistência das unidades de confecções continua a ser a “qualidade”, admitindo que se assim não fosse, o cenário seria de ruína nesse domínio.

Confessando-se “muito preocupado” com “as nuvens negras” que pairam sobre o sector, Mário Alves advinha que o “problema real será daqui a dois anos se, entretanto, não houver alternativas”. Adiantou que a Câmara “está a fazer o que é possível, em diálogo, com quem pode fazer projectos e investimentos”. “Vamos ver, mas é muito complicado”, frisou.

“Peguemos nessas pessoas que são os Deuses e os homens das soluções para resolver esses problemas”

Numa reunião fortemente marcada pela troca de ironias entre Alves e o vereador socialista José Francisco Rolo e os recados à comunicação social, Mário Alves pegou no exemplo que leu num jornal de que “há alguém que tinha protegido 500 postos de trabalho em Oliveira do Hospital”.

“Peguemos nessas pessoas que são os Deuses e os homens das soluções para resolver esses problemas”, sugeriu o chefe do executivo, aconselhando-os até a irem para o Governo. “Eu fico aguardando”, ironizou em sotaque brasileiro, para depois sublinhar que “o Governo, se quiser, com medidas de excepção pode manter as empresas”, exemplificando com a isenção de pagamento de alguns meses à Segurança Social, suspensão de impostos com vista a manter as pessoas nos seus postos de trabalho.

A discussão motivou ainda a intervenção do vice-presidente do município que não gostou da forma como o socialista José Francisco Rolo acusava o executivo de não seguir o exemplo do Governador Civil de Coimbra e de não se reunir com os parceiros envolvidos nos processos de encerramento. “Não sei se terá perfil para isso…posso-o é aconselhar”, referiu o socialista, sendo alertado por Paulo Rocha de que “não consegue evitar o encerramento de empresas”. O número dois na autarquia questionou até o socialista sobre os resultados obtidos pela comissão constituída pelo Governo Civil para acompanhar o caso da HBC.

Num bate boca onde estiveram envolvidas as políticas do governo, os lucros da banca, chegou também a ser questionada a notícia difundida por este diário digital, que motivou reacções do governador Henrique Fernandes, com o presidente do município a afirmar que “foi por causa de uma dita notícia que um representante do Governo descentralizado disse o que não devia”.

Ainda a propósito de desemprego, Mário Alves revelou-se também preocupado com sector da construção civil devido à falta de obras. “Aí existem problemas que temos tentado procurar resolver”, referiu, sendo de imediato contraposto por Rolo, que acusou a Câmara de nunca ter posto em funcionamento o tão proposto Gabinete de Apoio ao Empresário.

Paulo Rocha é que não gostou do reparo do socialista. O vice de Alves informou o vereador da oposição de que, apesar de não ouvir falar na existência de contactos formais entre a autarquia e os empresários, “não quer dizer que o presidente da Câmara e outras pessoas da autarquia não tenham relações claras e transparentes com os empresários”.

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