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“Não vejo que tenha havido má intenção, mas faltou cautela” no restauro das esculturas do Santuário de Nª Srª das Preces

O vice-presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital considera não ter havido “má fé” ou “má intenção” da Irmandade no caso do restauro das esculturas do Santuário de Nª Srª das Preces. José Francisco Rolo entende porém que a situação poderia ter sido evitada.

Em face de uma matéria que já assumiu contornos virais e é desde, ontem, tema no país e no mundo, o vice-presidente e vereador do Turismo na Câmara de Oliveira do Hospital não esconde surpresa e estupefação pela forma como, em 2007, a Irmandade de Nossa Srª das Preces entregou o restauro de peças de verdadeira arte sacra alusiva à Última Ceia, a Miguel Vieira Duque.

Sem conseguir identificar “má fé” na atuação dos responsáveis pelo património religioso do Santuário, José Francisco Rolo entende porém que não foram seguidos os passos necessários para assegurar que as 13 peças fossem objeto de cuidado trabalho de restauro e de conservação.

“Involuntariamente não houve a devida cautela”, considera o responsável municipal que, no caso em concreto, entende que a Irmandade “deveria ter sido acompanhada e poderia-se evitar esta situação”. Rolo refere-se a “acompanhamento técnico” que deveria ter sido solicitado à Comissão Diocesana de Arte Sacra que saberia “a melhor forma de conservar o património”. “Também não sei se a questão foi apresentada à Câmara em 2007”, comenta de igual modo o vice-presidente, denunciando uma “falha de comunicação” que teve consequências gravosas naquele que foi o trabalho final realizado por Miguel Vieira Duque com o apoio de alunos de um curso de conservação e restauro da Universidade dos Tempos Livres. “Houve o cuidado de consultar o currículo do restaurador?” questiona.

Escusando-se a avaliar o trabalho final, que desconhecia, por considerar tratar-se de uma matéria “subjetiva” – “uns gostarão, outros não gostarão”, frisou – José Francisco Rolo destaca porém a necessidade de se levar em linha de conta de que o que está em causa “é arte sacra valiosa e de interesse””. “Deveria ter tido outro aconselhamento”, insiste o responsável que, à semelhança do que aconteceu em Espanha, não se surpreende pela dimensão que o caso já ganhou. “É uma mimetização do fenómeno ocorrido em Espanha”, entende o responsável.

Sobre o trabalho de restauro realizado em 2007, Rolo entende que o que a Irmandade tem agora a fazer é solicitar uma peritagem para “avaliar o que está feito e perceber se é possível alterar”.

Tratando-se de um valioso património religioso, o responsável municipal confessa-se por esta altura muito preocupado com a segurança do espaço. É que, se por um lado a polémica em torno do trabalho feito por Miguel Duque deu “maior visibilidade” ao Santuário, também desvendou ao mundo a riqueza que o Santuário de Nossa Senhora das Preces guarda em matéria de Arte Sacra. “As curiosidades atraem outras curiosidades”, alerta, chamando a atenção para os casos de roubo de Arte Sacra no interior do país.

A remontar ao Século XIX, o Santuário de Nossa Senhora das Preces carece de um a intervenção de conservação e preservação que está a ser estudada pela Câmara Municipal no âmbito de um “projeto global com várias fases”. “Já o sinalizámos junto da Rede das Aldeias do Xisto e temos envolvido arquitetos e outros especialistas na defesa de um programa de recuperação faseado , sempre na perspetiva de valorizar e nunca adulterar ou criar estruturas que possam desvirtuar o santuário”, explicou o vice-presidente.

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