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À Boleia Autor: André Duarte Feiteira

O ensurdecedor silêncio de alguns e a falta de autonomia de outros… Autor: André Feiteira.

Em primeiro lugar gostaria de relembrar aos deputados municipais que a Assembleia Municipal é um órgão deliberativo, como tal, independentemente da boa ou má disposição, da camisa com mais ou menos floreado, o que se pretende é que eles deliberem de forma consciente e responsável. Infelizmente, nem sempre é assim. O que se observa amiúde é um voto massificado e partidarizado ou, então, um silêncio ensurdecedor. Uma irresponsabilidade por parte de quem deve usar o seu poder baseado naquilo em que acredita e julga ser o melhor para os seus munícipes.

A política é uma actividade séria e nobre quando levada com elevação e autonomia individual, não se trata de avareza, de ser tratado com simpatia e afabilidade ou ser visto com aprovação. Trata-se de representar os interesses do povo que depositou nestes eleitos a confiança para a defesa dos interesses comuns, para a busca de melhores condições de vida, para a defesa intrínseca do seus direitos e para a consequente procura da vida boa e digna que Aristóteles retractou: “O melhor governo seria aquele em que cada um encontra o que necessita para ser feliz”. Está nas mãos dos deputados da A.M. encontrar as melhores soluções para que mais pessoas possam ter acesso à “felicidade”. Infelizmente a maior parte não pensa, nem age assim.

Mas existem ainda aqueles, que independentemente dos partidos pelos quais foram eleitos, pensam pela sua própria cabeça e são movidos pela procura do bem-estar de quem os elegeu. Dou como exemplo três presidentes de junta, Nuno Oliveira, presidente da União de Freguesias de Oliveira do Hospital e São Paio de Gramaços, António Soares, presidente da Freguesia de Travanca de Lagos e Aníbal Correia, presidente da Freguesia de Meruge. Estes três autarcas têm vindo a demonstrar, tanto nas suas intervenções na A.M., como à frente dos destinos das suas freguesias, autonomia e vontade de fazer mais e melhor. O vírus que se alojou neste trio devia alastrar-se aos restantes.

Existem outros dois elementos que se mostram mais interessados na defesa do bem-estar colectivo, do que em seguir a cor partidária ou a vontade do executivo: António Lopes (independente eleito pelo PS) e Luís Lagos (CDS). O primeiro é, talvez, o maior “guerrilheiro” no que diz respeito à igualdade de direitos, à defesa da causa pública e em busca de melhores condições de vida para o povo. Luís Lagos, por seu lado, é bastante interventivo e normalmente assertivo naquilo que diz. Demonstra que vai bem preparado para as A.M., faz uma oposição com elevação e apresenta alternativas, algo que não se vê muito pelos Paços do Concelho. São estes cinco elementos que, para mim, fazem com que as A.M. passem de um centro de louvores para o que realmente interessa, a deliberação, a apresentação e a discussão sobre assuntos públicos. Não fossem estes, e a discussão seria um monótono guião que teimosamente muitos querem. Mas isso, meus amigos, não faz parte da minha noção de Democracia.

Por sua vez, existem outros que com o seu ensurdecedor silêncio julgam estar a contribuir para uma alternativa válida. Estranha forma de estar na política!

Autor: André Feiteira.

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