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“O legislador confere ao Presidente da Junta eleito o direito de propor quem com ele deve trabalhar no executivo”

O impasse na constituição do executivo da Junta de Travanca de Lagos parece não ter fim à vista. António Soares continua a dizer “não” a um executivo do qual façam parte os cabeças de lista do PS e PSD e lembra que é ao próprio que assiste o direito de propor “quem com ele deve trabalhar”.

Volvidos quase dois meses desde as eleições autárquicas, o problema em tono da constituição do executivo da Junta de Freguesia de Travanca de Lagos continua por sanar. Eleito pelo movimento independente “Travanca Unida Sorri”, António Soares tomou posse como presidente e mantém, por esta altura, a Junta em situação de “gestão corrente” contando com os préstimos dos vogais do executivo anterior.

Em causa está o desentendimento entre o presidente eleito e os cabeças de lista do PS e PSD na constituição da equipa que vai gerir os destinos da autarquia nos próximos quatro anos. A falta de acordo reside no facto de António Soares não recuar naquela que vem sendo a sua posição de não integrar no executivo os cabeças das listas menos votadas (Tomás Pedro, do PS e Fernando Viegas, do PSD).

Para trás, está um primeira reunião, datada de 19 de outubro, em que nenhuma das 11 propostas apresentadas pelo presidente de Junta foi validada pelo facto de nenhuma reunir os três cabeças de lista candidatos àquela freguesia.

O caso que já motivou, a 26 de outubro, uma reunião com o presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital, o líder da concelhia socialista e os três cabeças de lista quase foi dado como resolvido, por daquele encontro ter saído a proposta de formação de executivo com os três cabeças de lista. Veio, porém, a não surtir efeito com o presidente de Junta a transmitir em reunião de 29 de outubro a sua discordância . “É falso ter mudado de opinião, porque não assumi qualquer posição na reunião que tivemos com o senhor Presidente da Câmara”, vem esclarecer António Soares, clarificando não ter sido o próprio a avançar com tal proposta, nem ter sequer existido qualquer proposta escrita.

Num comunicado onde rejeita as acusações que lhe foram dirigidas por pelo cabeça de lista do PS, que o acusa de atitude “anti democrática” e de, neste processo, “dar o dito por não dito”, António Soares vem também informar já ter comunicado ao presidente da Câmara a disponibilidade de formar executivo com os elementos das listas do PS e PSD, mas que não sejam os seus cabeças de lista. “Não consideramos estarem reunidas condições para a formação de um executivo com os cabeças de lista das outras forças concorrentes, dados todos os desenvolvimentos, acusações e mentiras de que temos vindo a ser alvo de forma infundada e pública”, refere António Soares, lamentando também que aquela proposta comunicada pelo presidente da Câmara aos cabeças de lista tenha, mais uma vez, sido rejeitada.

“O Movimento Independente surgiu e apresentou-se a eleições por não se rever em nenhum dos cabeças de lista, quer do Partido Socialista quer do Partido Social Democrata”

“Seremos nós, Movimento Independente que estamos a prejudicar a Freguesia de Travanca? Seremos nós que estamos agarrados ao poder tal como temos sido acusados? Não, não somos.”, constata António Soares, lembrando que “o legislador confere ao presidente da Junta eleito o direito de propor quem com ele deve trabalhar no executivo”. Até porque, lembra, António Soares “o Movimento Independente surgiu e apresentou-se a eleições por não se rever em nenhum dos cabeças de lista, quer do Partido Socialista quer do Partido Social Democrata”. “Convém lembrar ainda que os referidos cabeças de lista já foram duas vezes derrotados em eleições. O povo da Freguesia de Travanca de Lagos sabe o que quer, sendo que nunca lhes deu a vitória, demonstrando, deste modo, que não quer que nenhum desses cabeças de lista ocupe o cargo de presidente da Junta”, sustenta António Soares, chamando a atenção para o facto de “a única pessoa eleita diretamente pelo povo” ter sido “o cabeça de lista do Movimento Independente que se apresentou a eleições pela primeira vez”.

Em todo este processo que tarda em ser resolvido e muita tinta tem feito correr, o presidente eleito da Junta de Freguesia de Travanca de Lagos assegura não estar “agarrado ao poder”, nem ter tido qualquer atitude “desrespeitosa, autoritária ou antidemocrática para com os cidadãos da nossa freguesia nem para com os membros das listas derrotadas nestas eleições”. “Ao invés, temos sido acusados de forma, essa sim, antidemocrática e até mesmo desrespeitosa, infundada, caluniosa e falsa”, regista António Soares, notando que desta forma estão a ser desrespeitados “todos os eleitores e todas as pessoas da nossa Freguesia, que merecem ser respeitados na sua dignidade”.

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