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O Observatório para o Desenvolvimento Económico e Social da Universidade da Beira Interior, publicou um estudo sobre os Municípios e a Qualidade de Vida.

O que se vai fazer para sair deste marasmo?

O estudo é baseado no indicador da educação, mercado do trabalho, rendimento, consumo, infra-estruturas, ambiente económico e habitacional existente em cada Concelho.

Os indicadores utilizados para a análise dos 278 Concelhos existentes no Continente são os fornecidos pelo Instituto Nacional de Estatística em 2004.

Este estudo é importantíssimo para cada um de nós poder ter a noção, com rigor, do estado do nosso Concelho. Neste ranking Oliveira do Hospital entre os 278 ocupa a posição 154, isto é, estamos muito abaixo da média nacional.

Mas o que é impressionante neste estudo é que a nível Distrital estão à nossa frente, Coimbra, Figueira da Foz, Lousã, Condeixa, Cantanhede, Vila Nova de Poiares, Mira, Penela e Montemor-o-Velho.

Isto é, a nível do Distrito ocupamos já o 10º lugar a nível do desenvolvimento económico e social. Confesso que foi para mim uma profunda desilusão. Todos, os mais conscientes temos a noção que há muito parámos no tempo, mas os dados do Observatório dirigido pelo Prof. Pires Manso assustam-nos e devem servir de campainha de alarme para todos nós.

Durante décadas, éramos em desenvolvimento económico e social o terceiro Concelho do Distrito depois de Coimbra e Figueira da Foz, hoje ocupamos o décimo lugar.

Como é possível que Concelhos como a Lousã, Condeixa, Cantanhede, Vila Nova de Poiares, Mira, Penela e Montemor nos tenham ultrapassado?

Onde estão as forças vivas capazes de dinamizarem o Concelho?

O que se vai fazer para sair deste marasmo? Penso que este estudo exige um alerta a todas as forças vivas do Concelho, e onde cada um deve assumir as suas responsabilidades. Não há estratégia para o desenvolvimento concelhio. Mesmo o desenvolvimento económico e social, que hoje temos, é de alto risco, dado que assenta num sector industrial de Países em vias de desenvolvimento baseado na mão-de-obra intensiva de baixos salários e não no conhecimento ou no capital intensivo.

É urgente, é imperioso juntar todas as vontades e energias para relançar o desenvolvimento e ultrapassar os bloqueios que nos atingem.

Uma moderna e dimensionada zona industrial, uma incubadora de empresas, um Politécnico activo no empreendedorismo e no tecido produtivo, uma Associação Empresarial ligada à Câmara e ao Politécnico, numa discussão permanente local ligadas às potencialidades e oportunidades de mercado, um aproveitamento até ao limite dos apoios Comunitários, uma capacidade da Câmara em ser promotora de dialogo e dinamização das vontades, um loby de todos na defesa do desenvolvimento do Concelho são acções imperativas para sair do marasmo em que caímos.

Confesso que como eu, penso que todos os Oliveirenses ficam altamente apreensivos com a decadência que se instalou no nosso Concelho.

Confesso também que de certeza absoluta que quem consultar o estudo fica alarmado e se tiver o mais pequeno sentimento de carinho por este Concelho toma consciência de que é preciso um grande esforço para urgentemente se mudar de rumo.

O estudo não inventa, o Instituto Nacional de Estatística é uma Instituição de alta credibilidade nacional e internacional.

Aqui, o que parece é, e passar de terceiro Concelho do Distrito para décimo no desenvolvimento económico e social não é um desastre, é uma calamidade que tem de nos mobilizar a todos.

Algum leitor tinha a noção de que os outros Concelhos se desenvolvem e do estado de paralisia em que se encontra o nosso? Os indicadores do estudo sobre a qualidade de vida no nosso Concelho, em comparação com os outros, mereciam ser largamente discutidos.

O Presidente da Câmara devia convidar o Prof. Pires Manso e o técnico do Observatório para o Desenvolvimento Económico Nuno Miguel Simões para explicar os números e os critérios adoptados.

 Seria um bom serviço prestado à consciencialização e mobilização das pessoas, condição básica e fundamental para se poder inverter o descalabro em que nos encontramos.

António Campos

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